#Dieselgate: Alemães exigem à Volkswagen compensação igual à dos americanos

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De  Francisco Marques
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A fabricante alemã aceitou pagar 190 milhões de euros por danos financeiros aos clientes afetados nos EUA e agora um pedido pelo mesmo acaba de entrar num tribunal germânico.

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Se os norte-americanos têm direito, os alemães também querem ser compensados pela Volkswagen devido ao “Dieselgate”, o caso da manipulação do controlo de emissões poluentes denunciado em setembro de 2015 e que afetou milhares de carros vendidos por todo o mundo. O escândalo afetou não só veículos da própria marca, como também da Audi, Skoda e da Seat.

A MyRight, uma agência privada alemã de assistência ao consumidor, apresentou num tribunal de Braunschweig, no centro-norte da Alemanha, a queixa do proprietário de um Volkswagen também enganado no escândalo das emissões poluentes.

Abgasskandal: VW mit neuer Klage konfrontiert https://t.co/PRsmTZzSma via welt</a></p>&mdash; myRight (myright_de) 3 de janeiro de 2017

O diretor jurídico da MyRight diz que “o objetivo desta queixa é criar o precedente jurídico que permita a todos os alemães afetados ter o direito de devolver os carros à Volkswagen e ser reembolsados do valor total pago pela compra”.

Jan-Eike Andresen admite uma exceção: “aqueles que pretendam manter os carros podem ser compensados apenas pela desvalorização consequente do carro adquirido.”

Nos Estados Unidos, a Volkswagen chegou a acordo para pagar cerca de 200 milhões de dólares (190 milhões de euros) aos proprietários de cerca de 80.000 veículos a gasóleo afetados pelo “software” de manipulação de emissões poluentes, colocado em alguns dos motores para ludibriar os limites impostos nos diferentes mercados.

As indemnizações vêm juntar-se aos 2,7 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) que a fabricante alemã já havia concordado pagar pelas emissões poluentes de 475 mil dos respetivos carros produzidos.

Na Europa, a pressão por compensações similares tem vindo a intensificar-se, mas a Volkswagen escusa-se na lei europeia, defendendo que os carros em questão não infringem tecnicamente os critérios exigidos e os clientes não terão sido afetados por perdas financeiras.

A fabricante conseguiu, inclusive, a aprovação da autoridade alemã dos transportes para avançar com um programa de recolha e reparação dos automóveis afetados, numa decisão válida para os 28 Estados-membros da UE.

A MyRight, no entanto, abriu uma página de internet para receber as reclamações de proprietários de veículos na Alemanha que se sintam enganados pela Volkswagen e, para já, avançou com uma queixa. Se a decisão judicial for favorável ao queixoso, a fabricante alemã poderá ficar em maus lençóis.

O diretor executivo (CEO) da Volkswagen, Matthias Müller, já admitiu inclusive numa entrevista ao jornal Welt am Sonntag que uma compensação europeia similar à norte-americana seria “proibitiva” para a empresa. “Não é preciso ser um matemático para perceber que uma compensação de um alto montante arbitrário seria demasiado para a Volkswagen.”

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