Como se temia, o primeiro mês da presidência de Donald Trump foi muito movimentado e mesmo caótico.
Como se temia, o primeiro mês da presidência de Donald Trump foi muito movimentado e mesmo caótico. Os que pensavam que Trump iria acalmar-se após a tomada de posse foram obrigados a dar a mão à palmatória. O novo inquilino da Casa Branca tenciona pôr as promessas eleitorais em execução, por incríveis que possam parecer.
A primeira medida, carregada de simbolismo, surgiu no dia mesmo da tomada de posse. A assinatura da sentença de morte da lei de bases da Saúde, conhecida como Obamacare.
Seis dias depois entra em linha de colisão com o México por causa do muro que quer construir na fronteira pago pelo governo mexicano. A atitude de desafio de Trump levou o presidente mexicano a aceitar a sugestão do seu homólogo da Casa Branca de anular a reunião prevista entre os dois.
“A menos que o México decida tratar os Estados Unidos com justiça e respeito a reunião seria inferutífera e eu quero seguir por outro caminho. Não temos alternativa”, escrevia a 26 de janeiro.
Vinte e quatro horas depois desta polémica com o México, Trump lança já uma nova frente de batalha, que provoca uma onda de choque no mundo inteiro. O decreto que proíbe a entrada nos Estados Unidos a cidadãos de sete países de maioria muçulmana. É o caos nos aeroportos e as manifestações de protesto multiplicam-se. Um recurso na justiça leva a que o juiz James Robert suspenda o decreto da administração Trump.
O presidente vira-se então para a justiça e acusa o juiz de pôr a segurança do país em causa, atribuindo-lhe a responsabilidade caso aconteça alguma coisa.
“É inacreditável que um juiz possa pôr o país em tamanho perigo. Se alguma coisa acontecer é culpa dele e do sistema de justiça. Gente a alimentar isto. É mau!!”
Cada novo dia, há um novo episódio na Casa Branca. O escândalo seguinte veio através do conselheiro para a segurança nacional, Mike Flynn, que acabou por ser demitido por causa das ligações estreitas com a Rússia e por tê-las ocultados ao vice-presidente Mike Pence.
Trump justificou assim o caso:
“Mike Flynn é boa pessoa e eu pedi-lhe que renunciasse e ele, respeitosamente, renunciou. É um homem que deu umas certas informações ao vice-presidente e eu não estava satisfeito com a forma como foi dada essa informação”.
E quando não há histórias, Trump tenta criá-las no twitter, acusando, por exemplo, os serviços secretos de organizar fugas que aterram diretamente nas salas de redação dos media.
“O verdadeiro escândalo é que informação secreta está a ser ilegalmente entregue pelos serviços secretos como bombons. Muito anti-americano”.
Para além disso, acusa também os media de fabricarem falsas notícias e de serem o grande “inimigo do povo americano”: “ Os media que publicam notícias falsas não são meus inimigos, são inimigos do povo americano”, escreveu.
Numa conferência de imprensa caótica, diante de dezenas de jornalistas, Trump lançou: “Quero encontrar um repórter amigável.”
Em suma, o primeiro mês da presidência Trump foi uma telenovela com episódios surpreendentes todos os dias. Uma novela de um género novo, em que a intriga e a ação têm influencia na vida de pessoas de quase todo planeta.