Marines pedem "confiança" às companheiras no escândalo do Facebook

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De  Antonio Oliveira E Silva com REUTERS
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O Comandante dos Marines diz que só com denúncias é possível encontrar os responsáveis.

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Com Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (United States Marine Corps) pede confiança às mulheres afetadas pelo escândalo que envolve a divulgação digital de fotografias de elementos do sexo feminino pertencentes a esse corpo das Forças Armadas dos EUA.

“Vou ter de pedir-lhes que confiem em nós e entendo porque pode ser difícil para elas neste momento”, disse o General Robert Neller, atual Comandante dos Marines.

Foi no grupo secreto da rede social FacebookMarines United que as fotos de várias mulheres despidas foram partilhadas entre milhares de membros, marines e antigos marines dos Estados Unidos e do Reino Unido.

The Commandant of the Marine Corps has your back. pic.twitter.com/RxPmDxp90K

— U.S. Marines (@USMC) 9 de março de 2017

Nesse sentido, o General Neller pediu às mulheres afetadas que apresentassem queixa, de forma a que o problema fosse abordado e resolvido pela instituição, encontrando os responsáveis. A divulgação de imagens fez-se acompanhar, em muitos casos, pela publicação de comentários considerados obscenos e insultuosos para com as mulheres alvo da partilha ilegal.

Alguns dos marines chegam a sugerir que fossem cometidos abusos sexuais contra as companheiras de armas e até que estas fossem violadas, enquanto outros consistiam em comentários misóginos de diferentes tipos.

O Comandante dos Marines recordou, durante um encontro dos os media, que só com as denúncias da parte das vítimas iria ser possível encontrar os responsáveis:

“A única forma de que seja feito um exercício de responsabilização é se alguém tomar o primeiro passo e nos disser o que aconteceu.”

Segundo o General Neller, no entanto, menos de 10 mulheres apresentaram queixa formal até ao final desta semana.

Duas dessas mulheres serão defendidas por Gloria Allred, advogada de Los Angeles.

Allred insistiu igualmente, durante um encontro com jornalistas, na necessidade de que casos como estes sejam denunciados:

“Por causa destas publicações, vários marines ou antigos marines deixaram comentários nessa página que são obscenos”, disse a advogada.

“Alguns chegavam mesmo a referir abusos sexuais a mulheres marines, violações ou que essas mulheres deveriam pertencer ao Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos”, concluiu.

O grupo secreto Marines United tinha mais de 30 mil membros, a maioria dos quais Fuzileiros Navais no ativo, mas também veteranos de guerra e Fuzileiros do Reino Unido (British Royal Marines).

O Comité do Senado dos EUA para as Forças Armadas tem prevista uma sessão para abordar o caso na próxima terça-feira.

Nos Estados Unidos, a divulgação não-autorizada de fotografias de membros do exército é punida pela justiça militar.

O secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, disse, esta sexta-feira, que todos os militares envolvidos na partilha ilegal de fotografias com nudez ou conteúdo sexual tinham cometido “violações chocantes” dos “valores fundamentais.”

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