Egito: Autoridades libertam antigo Presidente Hosni Mubarak

Com Sérgio Almeida
Após seis anos de detenção, Hosni Mubarak saiu esta sexta-feira em liberdade, no Cairo.
O antigo Presidente egípcio estava detido num hospital militar da capital.
Mubarak foi agora levado para casa, no exclusivo bairro de Heliópolis.
A libertação de Mubarak marca um novo capítulo na saga de um presidente que foi alvo de uma revolução popular contra a sua governação, pedindo o fim de 30 décadas marcadas por corrupção, abuso de poder, violação sistemática dos Direitos Humanos e repressão e tortura de opositores.
#Egypt's Mubarak walks free for first time in six years: Reuters https://t.co/5TCFFknnVHpic.twitter.com/XbKBK2h78Q
— Ahram Online (@ahramonline) 24 mars 2017
A libertação do antigo presidente egípcio é, para muitos, no país, uma má notícia, como também o é para os vários países do norte de África e Médio Oriente, palco das primaveras árabes.
Tunísia, Líbia, Iémen, Bahrein, Egito e Síria viveram ou vivem momentos difíceis depois das revoluções, entre guerras civis ou situações de Estados falhados.
Renúncia e condenações
Hosni Mubarak renunciou à presidência do Egito a 9 de Fevereiro de 2011, depois de uma onda de protestos no país.
Foi primeiramente detido, depois julgado e condenado a prisão perpétua pela morte de 239 manifestantes.
Mais tarde, em novembro de 2014, foi absolvido destes crimes e internado no hospital militar de Maadi, no Cairo.
Hosni Mubarak, uma vida ligada aos destinos do Egito
- 1928- nasce no seio de uma família da burguesia rural do delta do Nilo
- Piloto de caças da Força Aérea egípcia
- Chega depois ao topo da hieraquia militar
- 1973- Carreira política depois da guerra do Yom Kippur
- 1975- Vicepresidente em 1975, nomeado por Anwar al-Sadat
- 1981- Assume o poder depois do assassinato do presidente
- Diálogo com Israel vale-lhe apoio do Ocidente
- Aliado muito próximo dos Estados Unidos
- Mandato marcado pela corrupção, desigualdades e repressão
- Manteve o estado de urgência no Egito de forma permanente
- Adversário determinado dos jihadistas no país e na região
- 2011-Resignação no quadro da Revolução de 25 de janeiro
- 2012- Condenado a prisão perpétua pela morte de manifestantes
- Posteriormente libertado, diz estar “de consciência tranquila”