Mubarak renunciou à presidência do Egito em fevereiro de 2011, depois de uma onda de protestos no país, no quadro das chamadas primaveras árabes.
Com Sérgio Almeida
Após seis anos de detenção, Hosni Mubarak saiu esta sexta-feira em liberdade, no Cairo.
O antigo Presidente egípcio estava detido num hospital militar da capital.
Mubarak foi agora levado para casa, no exclusivo bairro de Heliópolis.
A libertação de Mubarak marca um novo capítulo na saga de um presidente que foi alvo de uma revolução popular contra a sua governação, pedindo o fim de 30 décadas marcadas por corrupção, abuso de poder, violação sistemática dos Direitos Humanos e repressão e tortura de opositores.
#Egypt's Mubarak walks free for first time in six years: Reuters https://t.co/5TCFFknnVHpic.twitter.com/XbKBK2h78Q
— Ahram Online (@ahramonline) 24 mars 2017
A libertação do antigo presidente egípcio é, para muitos, no país, uma má notícia, como também o é para os vários países do norte de África e Médio Oriente, palco das primaveras árabes. Tunísia, Líbia, Iémen, Bahrein, Egito e Síria viveram ou vivem momentos difíceis depois das revoluções, entre guerras civis ou situações de Estados falhados.
Renúncia e condenações
Hosni Mubarak renunciou à presidência do Egito a 9 de Fevereiro de 2011, depois de uma onda de protestos no país.
Foi primeiramente detido, depois julgado e condenado a prisão perpétua pela morte de 239 manifestantes.
Mais tarde, em novembro de 2014, foi absolvido destes crimes e internado no hospital militar de Maadi, no Cairo.
Hosni Mubarak, uma vida ligada aos destinos do Egito
1928- nasce no seio de uma família da burguesia rural do delta do Nilo
Piloto de caças da Força Aérea egípcia
Chega depois ao topo da hieraquia militar
1973- Carreira política depois da guerra do Yom Kippur
1975- Vicepresidente em 1975, nomeado por Anwar al-Sadat
1981- Assume o poder depois do assassinato do presidente
Diálogo com Israel vale-lhe apoio do Ocidente
Aliado muito próximo dos Estados Unidos
Mandato marcado pela corrupção, desigualdades e repressão
Manteve o estado de urgência no Egito de forma permanente
Adversário determinado dos jihadistas no país e na região
2011-Resignação no quadro da Revolução de 25 de janeiro
2012- Condenado a prisão perpétua pela morte de manifestantes
Posteriormente libertado, diz estar “de consciência tranquila”