França: Valls vota Macron na primeira volta das presidenciais

França: Valls vota Macron na primeira volta das presidenciais
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De  Nelson Pereira
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O ex-primeiro-ministro Manuel Valls anunciou esta quarta-feira que votará em Emmanuel Macron já em abril, na primeira volta das presidenciais. Para embaraço de Macron e indignação de Hamon.

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Efeito “Le Pen” aumenta a clivagem no partido socialista francês – o ex-primeiro-ministro Manuel Valls anunciou esta quarta-feira que votará em Emmanuel Macron já em abril, na primeira volta das presidenciais.

O ex-primeiro-ministro. que desde as primárias socialistas de janeiro se distancia da candidatura do socialista Benoît Hamon, justifica a decisão de alinhar por Macron com a vontade de não querer colocar em risco a República face aos resultados elevados da candidata do Frente Nacional, Marine Le Pen, a quem as sondagens prometem uma qualificação à segunda volta.

“Votarei por Emmanuel Macron. Assumo as minhas responsabilidades”, disse Valls.

Embaraço

A reação de Macron não se fez esperar, consciente de que o apoio de Valls pode revelar-se muito incómodo se reforçar os rumores que fazem dele o cavalo de Tróia de François Hollande:

“Antes de mais, tenho a agradecer-lhe. Mostra que os sociais-democratas e as pessoas responsáveis de esquerda estão prontos para apoior o que faço.”

Questionado, no programa da manhã da emissora Europe 1, sobre enventuais contrapartidas para Valls, o candidato independente distanciou-se do ex-primeiro-ministro:

“Vou garantir que haja rostos novos e novas práticas na governação.”

Quando o jormalista Fabien Namias quis saber se esta afirmação significa “que não se vê a governar com Valls se for eleito”, Macron confirmou: “Compreendeu corretamente.”

Hamon volta-se para os comunistas e Mélenchon

Poucas horas depois da declaração de Valls, a reação do candidato socialista traído, Benoît Hamon, foi de indignação:

“Os instigadores, porta-vozes e mentores teóricos das decisões, que tantos danos fizeram à esquerda nas questões da perda da nacionalidade ou da lei do trabalho, encontraram ou encontrarão de agora em diante o seu lugar com Emmanuel Macron.”

Benoît Hamon lançou um apelo solene ao secretário-geral do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, e ao candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon, para que integrem a partir de agora as suas fileiras:

“Faço um apelo a partir de agora a todos os eleitores, a todos aqueles que estão empenhados na luta contra as injustiça, aos sociais-democratas intimamente ligados ao progresso social e à democracia, mas também ao partido comunista, aos comunistas e a Pierre Laurent, ao França Insubmissa e a Jean-Luc Mélenchon, para que unam as duas forças às minhas.”

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