UNICEF alerta: Há cinco vezes mais crianças migrantes a viajar sozinhas

UNICEF alerta: Há cinco vezes mais crianças migrantes a viajar sozinhas
De  Francisco Marques

Fundo das Nações Unidas para as crianças publica relatório ressaltando o agravamento do número de crainças em perigo nas vagas de migração oriundas de países em guerra ou palco de perseguições.

O número de crianças refugiadas ou migrantes a viajarem sozinhas foi, no ano passado, cinco vezes superior ao registado em 2011. De acordo com o novo relatório do fundo das Nações Unidas (ONU) para as crianças (UNICEF) intitulado “Uma Criança é uma Criança: Proteger as crianças em movimento contra a violência, abusos e exploração”, no biénio 2015-2016 foram registadas em 80 países cerca de 300.000 crianças refugiadas ou migrantes a viajar sozinhas.

O relatório do UNICEF surge em forma de alerta e, a cerca de uma semana de uma nova cimeira do G-7, na Sicília, em Itália, reforça o apelo aos principais líderes mundiais para que adotem uma agenda de seis pontos proposta pelo organismo.



Agenda para a acção proposta pela UNICEF:


1. Proteger as crianças refugiadas e migrantes da exploração e da violência, em especial as crianças não acompanhadas;
2. Acabar com a detenção de crianças requerentes do estatuto de refugiada ou migrante;
3. Manter as famílias juntas como a melhor forma de proteger as crianças e de lhes atribuir um estatuto legal;
4. Manter a aprendizagem de todas as crianças refugiadas e migrantes e assegurar-lhes acesso a serviços de saúde e outros de qualidade;
5. Pressionar para que sejam tomadas medidas para combater as causas subjacentes aos movimentos de refugiados e migrantes em larga escala;
6. Promover medidas para combater a xenofobia, a discriminação e a marginalização em países de trânsito ou de destino.

Fonte: Relatório oficial da UNICEF (PDF)


O diretor executivo adjunto da UNICEF para as crianças salientou ser possível perceber que, “pela experiência (do organismo) no terreno — no norte de África, na América Central, em partes da Ásia e da Europa, como a Itália, a Grécia ou a Bulgária — há muitas outras crianças em movimento não contabilizadas”. “Por isso, as 300.000 crianças que já representam cinco vezes mais (do que em 2010-2011) representam provavelmente apenas a ponta do icebergue”, avisa Justin Forsythe.

Deste novo relatório da UNICEF, ressalta ainda o número de 200.000 crianças não acompanhadas que pediram asilo em 80 países no biénio 2015-2016. Destas, 160.000 pediram asilo na Europa.

“As crianças não acompanhadas perfazem 92 por cento de todas as crianças que chegaram a Itália por mar em 2016”, lê-se no relatório, onde também se sublinha que “as crianças representam 28 por cento das vítimas de tráfico ao nível global.”

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