Choque de presidentes no Parlamento Europeu

Choque de presidentes no Parlamento Europeu
De  Francisco Marques

Sessão pouco participada de balanço da presidência maltesa no Conselho da UE motivou críticas do Presidente da Comissão Europeia aos deputados em Estrasburgo.

O presidente da Comissão Europeia apelidou esta terça-feira o Parlamento Europeu de “ridículo”. Jean-Claude Juncker não gostou de ver a assembleia europeia com a pouca participação numa assembleia para fazer o balanço de seis meses de presidência maltesa do Conselho da União europeia.

O luxemburguês considerou uma falta de respeito por Malta a presença na sessão de apenas cerca de 30 dos 751 deputados que compõem o Parlamento Europeu e entrou em choque com Antonio Tajani, o líder do Parlamento Europeu.

“O Parlamento europeu é ridículo. Muito ridículo”, atirou Juncker perante uma assembleia, em Estrasburgo, repleta de lugares vazios.

“O facto que uma trintena de deputados assista a este debate demonstra suficientemente que este Parlamento não é sério”, alegou o presidente da Comissão Europeia, sugerindo que se fosse a chanceler alemã, Angela Merkel, ou o novo presidente de França, Emmanuel Macron, no lugar do primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, “a sala estaria esgotada.”

Tajani não gostou das críticas e por duas vezes interrompeu Juncker pedindo-lhe para moderar o tom.

Num primeiro momento, o italiano sublinhou que “não é a Comissão que deve controlar o Parlamento, mas o Parlamento que controla a Comissão.”

Juncker retorquiu: “Há aqui apenas alguns membros do Parlamento para controlar a Comissão. Vocês são ridículos.”

O presidente do Parlamento voltou a interromper o luxemburguês, rejeitando o termo “ridículo” sobre a respetiva câmara e repetindo o pedido a Juncker para “não usar esse tipo de linguagem.”

O Presidente da Comissão manifestou, por fim, a vontade de “jamais participar noutra sessão” como a desta terça-feira. “A Comissão está sob o controlo do Parlamento, mas o Parlamento deve respeitar também a presidência de países mais pequenos, o que não está a fazer”, acusou Juncker.


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