Ações anti-turismo em Espanha

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De  Nelson Pereira
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Em Barcelona, jovens encapuçados pararam um autocarro turístico para escrever nos vidros "O turismo mata os bairros"

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1 milhão e 600 mil habitantes, 32 milhões de turistas, durante o ano passado. Barcelona está saturada de turismo e os barceloneses fartos.

Quando um bairro começa a funcionar quase inteiramente em regime de Airbnb, deixa de existir comunidade local, o bairro transforma-se em aldeamento turístico.

Aparecen pintadas en Blanquerna contra los pisos turísticos https://t.co/VK6GLsFPRd

— Diario de Mallorca (@diariomallorca) 3 de agosto de 2017

Tal como em Veneza, Santorini e Dubrovnik, nas maiores cidadades turísticas de Espanha, as autoridades estudam também medidas para reduzir o número de cruzeiros e a oferta de alojamentos.

Entretanto, há quem comece a opôr resistência ativa. Recentemente, em Barcelona, jovens encapuçados pararam um autocarro turístico para escrever nos vidros “O turismo mata os bairros”. Uns dias antes, em Palma de Maiorca, jovens com cartazes acenderam tochas junto aos iates na marina e invadiram um restaurante:

“Estávamos a trabalhar no turno da noite, havia já vários clientes sentados a comer, e apareceu um grupo de gente com cartazes. Pensámos que era alguma pequena mmanifestação, com cartazes e aos gritos, até que lançaram fumos de cor, um produto tóxico, e várias jovens do grupo entraram no restaurante de rosto coberto, agredindo os clientes.”, contou Carmen Sanchez Solano gerente de restaurante Mar de Nudos.

As ações foram conduzidas por ativistas do movimento Arran. “Queremos denunciar a destruição do território e a exploração da classe trabalhadora pela indústria hoteleira. Nenhuma das nossas ações foi violenta. Foram exibidas bandeiras, lançámos confetes. E planeamos uma série de ações ao longo do verão”, disse Pau Pico, portavoz do Arran en Maiorca. “Não estamos contra os turistas, combatemos sim o excesso de exploração turística.”

Arran protesta contra la masificación turística en Palma https://t.co/5IzDzEcZoMpic.twitter.com/9V3yRhJI6n

— Diario de Mallorca (@diariomallorca) 1 de agosto de 2017

A Unesco alertou no ano passado que a expansão do número de visitantes do centro histórico de Dubrovnik põe em risco a conservação de monumentos. O mesmo problema foi denunciado em Veneza. Lisboa proibiu a circulação de autocarros turísticos em certas zonas históricas da capital. No início de janeiro, Barcelona aprovou uma nova diretiva que vai limitar o número de camas disponíveis em hotéis e travar a atribução de licenças a apartamentos para turistas.

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