Jordânia: Um dos países mais secos do mundo

O rio Yarmouk, no norte da Jordânia, corre com níveis de água muito abaixo dos normais, muito abaixo dos desejáveis. Os reservatórios do país estão a 20%, um recorde mínimo. Os jordananos até já estão habituados: não são precisos dados científicos para saber vivem num dos países mais secos do mundo, no centro da região mais pobre em água do planeta. Mas os estudos mais recentes mostram que a Jordânia pode ser um dos territórios mais afetados pelas mudanças climáticas.
Ali Subah, do Ministério da Água e Irrigação da Jordânia, explica que “as mudanças climáticas mostram-nos que vamos ter problemas no futuro, quando os recursos estiverem a cerca de 30%. No topo desta crise vão estar as alterações climáticas, para além aumento do fluxo de refugiados. Vai ser difícil gerir o setor da água na Jordânia”.
Na gestão desta crise quase permanente, o governo jordano conta com a ajuda da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Nasredin Elamin, representante do organismo no país, lembra que “o desperdício de água na Jordânia está estimado em cerca de 50%, ou seja, há muita margem para melhorar o uso deste recurso. Temos de ajudar as autoridades locais neste esforço de melhorar a rede de irrigação”.
Outra das soluções que há muito está a ser estudada é a dessalinização de águas vindas do Mar Morto e do Mar Vermelho. A organização EcoPeace é uma das que está empenhada neste projeto. Munqeth Mehyar, presidente da EcoPeace explica que “a primeira fase é a que chamamos “Vermelho-Morto”: dessalinizar em Aqaba, vender em Eilat, no sul. No norte, compramos água a Israel, seja dessalinizada ou dos lagos. Este é o tipo de soluções em que estamos a trabalhar, funcionam e em termos ambientais são bastante aceitáveis.”
Mas todos estes projetos continuam dependentes de uma cooperação transfronteiriça difícil de estabelecer, numa região em que os conflitos políticos e sociais são tão graves como a falta de água.