Que líderes mundiais têm o poder para lançar um ataque nuclear?

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Donald Trump pode, atualmente, ordenar o lançamento de mísseis nucleares sem consultar o Congresso norte-americano.

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Donald Trump pode, atualmente, ordenar o lançamento de mísseis nucleares sem consultar o Congresso norte-americano.

Como os tweets retóricos do Presidente dos Estados Unidos sobre o arsenal nuclear da Coreia do Norte subiram de tom, os senadores debateram o tema durante um encontro da Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado.

Alguns argumentaram “o Exército não segue cegamente ordens”, incluindo as de natureza militar.

Um outro senador disse: “Nenhum ser humano deveria ter o poder de libertar, unilateralmente, as forças mais destrutivas alguma vez concebidas pela humanidade.”

Quem tem o poder para lançar ataques nucleares a partir de outros países?

Rússia

Na Rússia, o Presidente Vladimir Putin pode decidir usar o arsenal nuclear do país.

Existe pouca informação acerca de detalhes específicos do programa de armas nucleares do país, mas algumas fontes referem que Putin transporta, a par do Ministro da Defesa e do chefe de Estado Maior das Forças Armadas russas, uma “Cheget” (mala nuclear) que pesa quase 11 kg.

Em caso de ataque nuclear no país, as três maltas emitiriam em simultâneo um alerta aos proprietários.

Estão ligadas a um sistema de comunicações como o nome de código “Kavkaz.” Permite a comunicação entre representantes do Governo se tivessem de tomar uma decisão em relação ao uso de armas nucleares.

A Rússia também tem um sistema de “backup” em marcha chamado “Perímetro.” É conhecido nos Estados Unidos e na Europa Ocidental como “Mão Morta.” Significa que um ataque retaliatório com o poder completo das Forças Estratégicas de Mísseis Russas aconteceria na eventualidade dos portadores de Chegetov e dos postos de comando estarem desativados.

Reino Unido

O dissuasor nuclear do Reino Unido chama-se “Trident” e estabelece que a decisão final sobre o disparo de mísseis é da responsabilidade do primeiro-ministro ou de um delegado no caso de se encontrar ausente do país.

Quando um novo primeiro-ministro assume funções escrevem-se quatro cartas idênticas de “último recurso.” São depois guardadas de forma segura a bordo de submarinos da classe Vanguard, que fazem parte do arsenal nuclear do Reino Unido.

Se a embarcação perder contacto com o Reino Unido e o comandante considerar que o país sofreu um ataque, deverão ser seguidas as instruções da carta que pode incluir:

- Retaliação com armas nucleares – Não retaliar – Colocar o submarino sob as ordens de um aliado;

O conteúdo das missivas é secreto e destruído, sem ser lido, na eleição de um novo primeiro-ministro.

França

A decisão de lançar um ataque nuclear também está nas mãos do Presidente francês.

Só o chefe de Estado pode decidir ordenar um ataque se “a independência da nação e a integridade territorial estiverem iminentemente ameaçadas”, de acordo com o artigo 16 da Constituição.

Se o Governo sentir que o Presidente está a “falhar politicamente” pode pedir ao Conselho Constitucional para bloquear legalmente o chefe de Estado. Uma ação que precipitará automaticamente novas eleições presidenciais.

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China

Pouco se sabe acerca do protocolo de lançamento nuclear da China.

No entanto, um texto militar chinês de 2004, traduzido pela União dos Cientistas Preocupados, sugeriu que a Comissão Militar Central, ou apenas o Presidente, tem autoridade para ordenar o lançamento.

Os 11 elementos da Comissão são generais seniores e membros do partido. O presidente é o chefe de Estado chinês. Também é possível que as reformas recentes tenham mudado o processo.

Índia

Narendra Modi tem, atualmente, a possibilidade de “carregar no botão nuclear do país.”

Como primeiro-ministro, preside o “conselho político” da Autoridade de Comando Nuclear, que é o único organismo que pode autorizar um ataque nuclear contra um adversário em retaliação.

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A decisão final cabe ao chefe de Governo.

Paquistão

O primeiro-ministro do Paquistão, Shahid Khaqan Abbasi, é presidente da Autoridade de Comando Nuclear (ACN) e tem, por isso, o poder de lançar um ataque nuclear.

O país opera uma estrutura de ativação de três níveis que envolve: a Autoridade de Comando Nacional, a Divisão de Planos Estratégicos e o Comando das Forças Estratégicas.

As linhas orientadoras da política operacional estratégica da Autoridade de Comando Nuclear ditam que a decisão de lançar um ataque nuclear tem de resultar de um consenso no seio da ACN, com o presidente a ter a última palavra.

As outras organizações comunicariam decisões e implementariam a ordem.

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Israel

As informações sobre as políticas nucleares de Israel são escassas, mas muitos peritos sugeriram que o arsenal do país não é controlado por uma só pessoa, “mas antes sujeito a um sistema de controlo civil apertado.”

Israel nunca negou oficialmente mas também nunca admitiu ter armas nucleares.

Coreia do Norte

Talvez sem surpresas, pouco se sabe acerca do procedimento de lançamento nuclear norte-coreano, mas pode assumir-se que Kim Jong-un tem o poder para carregar no grande botão vermelho.

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