Vigília em homenagem ao antigo general decorreu na "cidade mártir".
Centenas de croatas-bósnios reuniram-se na última noite, na cidade de Mostar, na Bósnia, numa vigília em homenagem ao general Slobodan Praljak, que se suicidou, na quarta-feira, em plena sala do Tribunal Penal Internacional de Haia.
O antigo líder do míni estado croata "Herzeg Bosna", ingeriu veneno após ter visto confirmada a pena de 20 anos de prisão, por crimes de guerra, nos anos 90, do século passado."Muitas vezes, Judas condena os justos. Hoje, vimos que os justos estão a ser condenados. Perdemos hoje um dos justos e foi por razões políticas", afirma um habitante da cidade, Miro.
Bakir Izetbegovic, o elemento muçulmano bósnio da Presidência tripartida da Bósnia-Herzegovina, preferiu prestar homenagem aos milhares de muçulmanos assassinados durante a Guerra da Bósnia entre 1992 e 1995.
"Quero expressar as minhas condolências às vítimas desse movimento criminoso, sem sentido. Nunca esqueceremos as vítimas ou os criminosos. Desta forma, o selo internacional foi marcado numa parte vergonhosa da história, do trabalho do míni estado croata ' Herzeg-Bosna '," sublinha Izetbegovic.
Horas antes, o primeiro-ministro croata lamentou a morte de Slobodan Praljak. Andrej Plenkovic afirmou que o gesto do antigo general "ilustra sobretudo a profunda injustiça moral face aos seis croatas da Bósnia", que viram confirmadas as penas de prisão.