Recep Tayyp Erdogan acusa Israel de ser um Estado invasor e terrorista; Benjamin Netanyahu acusa Turquia de prender jornalistas e de ajudar terroristas em Gaza
Estalou uma guerra de palavras entre a Turquia e Israel. Recep Tayyp Erdogan considerou "nula, vazia e perigosa" a decisão do presidente dos Estados Unidos em reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
O presidente da Turquia acusou ainda o Estado hebraico de ser "um ocupante terrorista" nos territórios da Palestina desde 1947.
"Israel é um Estado de terror. Não vamos deixar Jerusalém à mercê de um país assassino de crianças. Não vamos deixar Jerusalém à consciência de um Estado que não tem outros valores além da ocupação e do saque. Vamos continuar determinados a nossa luta dentro da lei e dos valores democráticos", afirmou Erdogan à margem de um evento do seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AK), em Ancara.
Benjamin Netanyahu não deixou o presidente turco sem resposta. Em Paris, na primeira de duas escalas numa curta digressão pelo centro da Europa, o primeiro-ministro israelita contra-atacou à letra as palavras de Erdogan.
"Não estou habituado a receber palestras morais de líderes que bombardeiam aldeias curdas no seu próprio país, a Turquia, que prendem jornalistas, que ajudam o Irão a tornear as sanções internacionais e que ajudam terroristas inclusive em Gaza, matando inocentes. Não é essa pessoa que nos vai dar lições", disse Netanyahu, ladeado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.
Com Netanyahu a caminho de Bruxelas, o presidente da Turquia promove terça-feira uma cimeira de emergência com líderes dos países membros da Organização da Cooperação Islâmica para coordenar uma resposta à decisão unilateral dos Estados Unidos sobre Jerusalém.