Muitos os proprietários estão a recuperar os edifícios e os apartamentos para os rentabilizar nas plataformas de arrendamento temporário.
Lisboa está definitivamente na moda. Séculos depois de ter sido o porto de partida dos navegadores que saíam à procura do novo mundo, o planeta está descobrir a capital de Portugal.
Segundo contas do Instituto Nacional de Estatísticas, Lisboa registou, em 2017, mais de 14 milhões de dormidas e 6 milhões de hóspedes.
São muitos os proprietários que estão a recuperar os edifícios e os apartamentos para os rentabilizar nas plataformas de arrendamento temporário.
Milhares de portugueses têm aí a sua principal fonte de rendimento.
"Vivi e trabalhei em Londres durante 20 anos. Depois voltei, comprei este apartamento para arrendar a turistas. Agora vivo disso," afirma Carlota Godinho.
O presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal, Eduardo Miranda, conta que "nos dois últimos anos, quase que quadruplicou" o número de alojamentos locais e "isso representa cerca de um terço de todas as dormidas turísticas na cidade."
Lisboa está em efervescência e a renovar-se, mas nem tudo são rosas.
Com a pressão imobiliária, são muitas os inquilinos que estão a ver cancelados os contratos de arrendamento, alguns com várias décadas.
Os bairros típicos de Lisboa começam, agora, a ser habitados por turistas ou reformados europeus que escolhem Portugal devido aos benefícios fiscais.
Rita Silva, da Associação Habita, alerta que "neste momento, temos um elevado aumento de despejos e um aumento dos preços e das rendas, de modo que o acesso ao mercado imobiliário tornou-se completamente inacessível para quem vive e trabalha em Portugal".
O mercado imobiliário em Lisboa está ao rubro. Exemplo disso, foi eleita uma das 20 melhores cidades para investir em imobiliário, segundo o estudo realizado pela PwC e pelo Land Urban Institute.