Primeiro-ministro húngaro fez declaração durante vídeo colocado em rede social.
A Hungria quer pelo menos 500 milhões de euros da União Europeia para pagar a construção da vedação de proteção fronteiriça cuja construção foi ordenada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán.
Budapeste fala num "reembolso" da responsabilidade da União. Foi o termo utilizado pelo primeiro-ministro húngaro, em Bruxelas, esta sexta-feira.
"Gastámos mais de mil milhões de euros com a proteção da nossa fronteira," disse Orbán.
"Mas a Europa também gastou. Pelo menos metade desta soma deveria ser reembolsada," acrescentou o primeiro-ministro húngaro, em declarações dadas a conhecer através de um vídeo na rede social Facebook.
O vídeo foi partilhado momentos antes da cimeira dos líderes europeus, em Bruxelas.
Orbán disse ainda que tinha a intenção de pedir aos líderes europeus a criação de uma política de "cartão vermelho," que passaria por um mecanismo que poria fim a qualquer debate a nível europeu que pudesse ser entendido pelos parlamentos nacionais como uma violação da soberania dos Estados membros.
Um pedido renovado
O pedido não é novo, já que Orbán enviou, no ano passado, uma carta a Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, em que pedia pelo menos "400 milhões de euros," para ajudar a pagar as vedações.
Na altura, o ministro da Governação, János Lázár, explicou que esperavam "a solidariedade de Bruxelas," já a Hungria se tinha visto obrigada a defender as fronteiras exteriores de parte da zona Schengen.
O Governo húngaro defendeu, na altura, que a construção da proteção na parte da fronteira que divide a Hungria da Sérvia e da Croácia custou cerca de 800 milhões de euros.
Um muro criticado por Bruxelas
Viktor Orbán decidiu construir cercas no momento mais grave da chamada crise dos migrantes e refugiados, de forma a pôr fim à que era conhecida como a "rota dos Balcãs".
Na altura, centenas de milhares de pessoas fugiam de conflitos do Médio Oriente, como no Iraque e na Síria, procurando refúgio nos países europeus mais ricos, como a Alemanha e os países escandinavos.
Budapeste respondeu com penas de prisão para todos os que tentassem atravessar território nacional. A medida foi duramente criticada por Bruxelas e por diferentes Organizações Não Governamentais.
A União Europeia acusa o Governo húngaro de falta de solidariedade para com outros Estados da UE, assim como para com os refugiados.