Merkel condena agressão antissemita em Berlim

A chanceler alemã Angela Merkel condenou, esta quarta-feira, um ataque de motivação alegadamente anti-semita numa rua de Berlim, contra dois jovens, de 21 e 24 anos, com um cinto. O incidente causou indignação na sociedade alemã.
Uma das vítimas, Adam Armoush, disse numa entrevista ao canal de televisão estatal alemão Deutsche Welle que não é judeu, mas sim um árabe israelita e que tinha saído à rua com um quipá judeu na cabeça convencido de que em Berlim não correria o risco de ser agredido por isso:
"Exteriormente, mantive a calma, mas estava muito assustado. Uma hora depois ainda estava a tremer."
Merkel prometeu que o governo responderá com força e determinação a todos os atos de anti-semitismo:
"A luta contra agressões antissemitas tem de ser ganha, está em jogo a reputação do Estado e vamos empenhar-nos com todas as forças. Existe antissemitismo entre os cidadãos alemães, infelizmente, e também temos anti-semitismo entre pessoas de língua árabe", disse a chanceler alemã durante uma conferência de imprensa em Bad Schmiedeberg, à margem de um encontro com os chefes de governo das regiões da ex-RDA.
Segundo Adam Armoush, ele e o amigo (que não quis revelar a sua identidade aos média) foram insultados por três jovens numa rua do bairro berlinense de Prenzlauer Berg. Quando responderam que parassem com as ofensas, um deles começou a agredi-los.
"Não se pode permitir que os judeus voltem a sentir-se ameaçados entre nós. Temos a responsabilidade de proteger a vida judia", escreveu na sua conta no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas.
De acordo com a ONG Gabinete de Investigação e Informação sobre o Antissemitismo em Berlim (RIAS) em 2017 foram registados na capital alemã 947 incidentes antissemitas, um aumento de 60 % em relação ao ano anterior. Segundo a policía de Berlim, os casos de antissemitismo duplicaram desde 2013.
A chanceler alemã decidiu recentemente criar um cargo de comissário para o anti-semitismo, após terem sido queimadas bandeiras israelitas durante protestos em Berlim contra a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.