Mais de 850 pessoas morreram durante mais de meio século de campanha pela independência do País Basco. Vítimas reclamam fim "sem impunidade".
"A ETA matou 853 pessoas inocentes. Eles querem repor o contador a zero". A frase está nos cartazes do Comité de Vítimas do Terrorismo (COVITE), que reclama o fim da ETA "sem impunidade".
A presidente do COVITE, Consuelo Ordóñez é a voz da desilusão: "não é este o fim da ETA que queremos. Não é este, sobretudo, o fim da ETA que merecemos, lamenta. "O fim da ETA podia ter sido diferente, devia ter sido diferente, se o nosso Governo se tivesse empenhado nisso. A única frase decente que os terroristas poderiam dizer começa e acaba com: nunca deveríamos ter existido", afirma.
O dia 8 de Março de 1985 ficou na história do País Basco como a data do primeiro atentado mortal
contra a Ertzantza, a polícia autónoma basca. Uma bomba foi colocada debaixo do carro de Carlos Díaz Arcocha, o chefe da polícia que ficou gravemente ferido e acabou por morrer no hospital.
Trinta e três anos depois, a filha de Díaz Arcocha, Teresa Díaz, espera um pedido de desculpas às vítimas: "enso que deveriam pedir perdão, colaborar com a justiça, esclarecer os crimes que estão pendentes e acabar sem grande alarido ou sem grandes espalhafato".