Entre os países que acordaram receber os migrantes a bordo do Aquarius encontra-se Portugal, aceitou acolher 30 pessoas.
O barco de resgate humanitário Aquarius chegou a Malta, onde foi autorizado a atracar depois de vários dias no Mediterrâneo com 141 passageiros a bordo. No mesmo dia, as autoridades maltesas intercetaram um pequeno navio com 35 migrantes, que estaria sem destino há dois dias.
De acordo com a Agência France Presse, os passageiros do Aquarius manifestaram alegria quando o barco se aproximou do porto de Valetta. A embarcação foi fretada pela Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Duas mulheres grávidas foram levadas para o hospital. Os passageiros encontravam-se, na chegada a Malta, "esgotados, depois da viagem e do tempo que passaram na Líbia," disse à AFP Aloys Vimdard, da MSF.
O Governo maltês acordou receber o Aquarius depois de um acordo entre vários Estados europeus para acolher os migrantes, resgatados na sexta-feira em águas internacionais, ao largo das costas da Líbia. A maior parte vem da Somália, mas há também passageiros da Eritreia a bordo da embarcação.
França, a Alemanha, o Luxemburgo Espanha e Portugal aceitaram repartir o acolhimento dos 141 migrantes, assim como de outros 60 que terão chegado segunda-feira a Malta. Paris acolhe 60 migrantes, Berlim aceitou receber 50, Madrid recebe 60 e Portugal 30, enquanto o Luxemburgo, 5 passageiros do Aquarius.
Entretanto, Roma disse que não iria participar no acordo. Matteo Salvini, ministro italiano do Interior (Administração Interna) comentou, na rede social Twitter que "tal como tinha sido prometido" Itália não faria parte. "Já fizemos que chege e passamos das palavras aos atos!"
Satisfação a nível internacional
A ONG SOS Méditerranée e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados felicitaram-se pelo acordo conseguido entre os diferentes Estados membros da União Europeia.
O Alto Comissário Filippo Grandi disse, num comunicado, que era "imoral obrigar navios de resgate a continuar sem rumo no Mediterrâneo, enquanto os Governos competem entre eles para se verem livre de responsabilidades."
Em junho, o Aquarius navegou à deriva no Mediterrâneo com mais de 600 pessoas a bordo, depois de Itália e Malta terem recusado acolher a embarcação em portos nacionais. Na altura, o minitro do Interior italiano, Matteo Salvini, destacou-se na imprensa europeia ao deixar claro que Itália não iria acolher mais migrantes.
A embarcação alemã Lifeline foi também obrigada a um périplo de uma semana pelo Mediterrâneo antes de atracar em Malta com 233 passageiros a bordo.