Os países da América Latina reuniram-se em Quito para para encontrar soluções para a crise migratória venezuelana. As soluções não apareceram mas assinou-se um acordo de intenções.
Avançou-se pouco, em Quito, a capital do Equador, onde 11 países da América Latina, se reuniram para debater a crise migratória venezuelana. Assinou-se uma declaração para o aumento dos gastos na assistência aos migrantes, pede-se apoio às Nações Unidas e outras "organizações internacionais especializadas".
Fizeram-se declarações de intenção e frisou-se a vontade, de todos os Estados presentes, em continuar a acolher "de braços abertos" os venezuelanos ainda que cada país os receba à sua maneira. O que ficou também claro é que para superar a crise é preciso união:
"Estamos convencidos, pela geografia, que é necessário, primeiro, que unamos esforços entre nós, é preciso que partilhemos este peso entre nós. Ou saímos juntos desta crise, que é a mais importante que já aconteceu na região, ou ninguém sairá ileso dela", afirmou o enviado do Chile ao encontro, Raul Sanguenza.
Sair de uma crise que ultrapassa, de facto, fronteiras requer esforços conjuntos. No Peru entre a recente exigência de passaportes aos venezuelanos que atravessam a fronteira e a situação dramática dos que já aí estão há quem prefira regressar a casa.
"Não podemos continuar aqui. a pagar renda, não temos como pagá-la, não conseguimos trabalho por isso preferimos regressar, lutar no nosso país", desabafa um dos migrantes que espera à porta da embaixada da Venezuela em Lima por um bilhete para casa.
Talvez seja a resposta a Nicolas Maduro que, na televisão, anunciou que criaria uma ponte aérea para fazer regressar quem desejasse voltar a casa. A crise económica, política, social levou, desde 2015, mais de 1,6 milhão venezuelanos abandonaram o país, 90% estão em países vizinhos de acordo com a agência da ONU para os Refugiados.
Ontem, a Humans Rights Watch, publicava um relatório com as medidas que consideram que os governos devem considerar adotar. São elas:
"Um regime regional de proteção temporária, que garantiria a todos os venezuelanos a regularização de sua situação migratória por período determinado, pelo menos enquanto aguardam o julgamento de seus pedidos individuais de proteção;
Um mecanismo regional para distribuir os custos financeiros e a efetiva recepção dos venezuelanos que fogem de seu país, de forma equitativa;
Estratégias multilaterais efetivas para enfrentar as causas que levam tantos venezuelanos a fugirem de seu país, incluindo a adoção e aplicação de sanções específicas, como o congelamento de ativos e o cancelamento de vistos de importantes autoridades venezuelanas implicadas em graves violações de direitos humanos".