Chipre prepara o "néctar dos deuses"

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De  Joao Duarte Ferreira
Chipre prepara o "néctar dos deuses"

A vindima do vinho dos deuses já começou em Chipre. O vinho de Commandaria é um dos mais antigos do mundo e as suas origens remontam a duas ordens militares monásticas que se estabeleceram em Chipre na Idade Média.

"Se não houver sol, estiver enevoado ou a chover, isso é um desastre"

Filipos Karseras Proprietário, Adega Karseras

Todos os anos, em setembro, apenas 14 aldeias estão autorizadas a produzir o famoso vinho de Commandaria.

A vindima contudo acarreta alguns riscos. As uvas das castas Mavro (vermelhas) e Xynisteri (brancas) ficam a secar durante dez dias. Qualquer chuva durante esse período poderá destruir a colheita.

"A primeira coisa que fazemos é deixar as uvas nas vinhas mais algum tempo. O segundo risco é que deixamo-las a secar ao sol durante dez dias. Se não houver sol, estiver enevoado ou a chover, isso é um desastre", adianta Filipos Karseras, proprietário da Adega Karseras.

A produção deste vinho varia todos os anos em razão da quantidade de chuva.
Segundo dados oficiais, em 2014, a produção situou-se abaixo dos dois mil hectolitros; no ano passado, a produção ultrapassou os 3300 hectolitros.

Uma vez produzido, o vinho fica a amadurecer em pipas de carvalho durante pelo menos dois anos.

O mercado russo é o principal consumidor de Commandaria absorvendo cerca de 75% da produção.

O nome do vinho, Commandaria, remonta aos Cavaleiros da Ordem de S. João e aos Templários que na Idade Média estabeleceram bases na ilha.