Brasil registou 63.880 homicídios em 2017, um recorde para o país, e executivo de Michel Temer quer tornar mais eficientes os subsídios das políticas contra as organizações criminosas
Governo de Michel Temer assina decreto para criar um grupo de intervenção contra o crime organizado no país. O objetivo é reduzir a criminalidade e reforçar a segurança pública.
O grupo terá a responsabilidade de analisar e partilhar dados para a produção de relatórios "com vista a subsidiar a elaboração de políticas públicas e a ação governamental para enfrentar organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e as suas instituições", de acordo com um comunicado de imprensa divulgado pela assessoria da Presidência.
O decreto determina ainda que o novo grupo será coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e reunirá representantes dos seguintes órgãos do Governo federal: Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Forças Armadas, Ministério da Economia, Receita Federal, e dos departamentos de Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Por se tratar uma prestação de serviço público relevante, os membros não receberão uma remuneração extra, ainda segundo o comunicado.
Brasil bateu recorde sangrento em 2017
O Brasil registou 63.880 homicídios em 2017, um recorde para o país, segundo um relatório divulgado em agosto deste ano pela organização não-governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em média, sete pessoas foram mortas no país por hora no ano passado, elevando a taxa de homicídios em 2,9% entre 2016 e 2017.
Em 2016, aliás, o Brasil tinha registado 61.283 mortes violentas intencionais, lê-se na tabela oficial do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No total do ano passado, o país registou pela primeira vez uma taxa de 30,8 assassínios por cada 100 mil habitantes.
O Rio Grande do Norte assumiu a liderança dos Estados mais violentos, com uma taxa de 68 homicídios violentos por cada 100 mil habitantes, seguido pelo Acre (63,9) e o Ceará (59,1).
As menores taxas de homicídios violentos foram registadas, em 2017, nos estados de Sáo Paulo (10,7), Santa Catarina (16,5) e no Distrito Federal (18,2).
Embora a violência que resultou em morte tenha crescido no Brasil, o estudo indicou que os gastos governamentais com o financiamento da política de segurança pública no país subiram 0,8%, totalizando 84,7 mil milhões de reais (19,2 mil milhões de euros).