Ucranianos debaixo de tensão

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De  Joao Duarte Ferreira
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Apesar da lei marcial não ter sido decretada em Kiev, as tensões ao largo da Crimeia estão a preocupar a população

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Apesar das tensões ao largo da Crimeia, a capital ucraniana aparenta estar calma.

Aqui, a lei marcial não está em vigor e as pessoas seguem as suas rotinas.

Mas por debaixo das aparências, os ucranianos manifestam receios quanto ao país e ao futuro.

As tensões com a Rússia são apenas o mais recente episódio numa relação longa e difícil.

Pelo menos é o que pensam dois jovens, Liya e o seu namorado Alexandr.

"Quando penso sobre a lei marcial entre a Ucrânia e a Rússia, para mim não está claro. Primeiro, sou a favor da paz e a maior parte das pessoas neste país quer a paz. A situação atual tem um impacto negativo sobre a Rússia e a Ucrânia", diz Liya, 19 anos, estudante.

"Trata-se de um problema entre a Rússia e a Ucrânia. Ambos estragaram tudo. Eu diria às autoridades que precisamos de seguir o nosso caminho. Não controlamos o nosso país, andamos a mando da Europa, da Alemanha, dos Estados Unidos, é a minha opinião", adianta Alexandr, 25 anos, engenheiro técnico.

"O presidente Petro Poroshenko afirma que receia uma invasão russa pelo mar, trata-se de algo realista?", interroga Damon Embling, jornalista da euronews.

"Nunca tive medo disso. Sei que os russos nunca nos atacariam porque, em primeiro lugar, não é benéfico para eles nem para nós" afirma Alexandr.

Para Damon Embling, "a Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente pelo que aconteceu no mar. Vladimir Putin acusa os marinheiros ucranianos de terem atravessado ilegalmente a fronteira russa e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, de tentar aumentar a sua popularidade com vista à reeleição em março próximo".

O presidente ucraniano acusa ainda Moscovo de violar a lei internacional e diz que a Rússia irá pagar um preço muito elevado se a Ucrânia for atacada.

Poroshenko rejeitou a acusação russa respondendo que a entrada de embarcações no mar de Azov, partilhado pela Rússia e Ucrânia, constituía uma provocação.

A lei marcial foi decretada em 10 regiões ucranianas.

Kiev decretou ainda a proibição de entrada no país a homens russos com idades compreendidas entre os 16 e 60 anos.

Mas não significa isto que a Ucrânia se está a preparar para a guerra?, interroga Damon.

"Esperamos ver mais NATO aqui, embarcações da NATO aqui no Mar Negro. Ninguém quer guerra com a Rússia, incluindo a NATO. Bem, a Ucrânia também não quer ir para a guerra com a Rússia", afirma Taras Berezovets, analista político e chefe do grupo de reflexão, "Free Crimea".

A mais recente fricção entre a Ucrânia e a Rússia fez soar o alarme a nível global.

As pessoas em Kiev esperam agora a diminuição das tensões.

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