"Lei da escravatura" leva húngaros de volta às ruas

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Direitos de autor REUTERS/Leonhard Foeger
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Milhares de pessoas protestaram em Budapeste contra a chamada "Lei da escravatura". Húngaros exigem revogação das novas medidas laborais.

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"Feliz Natal, senhor Primeiro Ministro!" poderiam ser os votos de húngaros felizes, não fosse este ser o nome irónico da manifestação que, este domingo, reuniu trabalhadores descontentes em Budapeste.

Milhares de pessoas protestaram no centro da cidade contra a chamada "lei da escravatura". É a quarta vez numa semana que os protestos contra a nova reforma laboral se fazem ouvir.

Oposição, sindicatos e cidadãos estão unidos pela revogação das medidas que vão permitir um aumento das horas de trabalho não remuneradas.

"Esperamos, com esta manifestação, conseguir fazer pressão sobre o governo e acabar com esta miserável lei da escravatura, porque ela não é boa para ninguém. As pessoas já estão a trabalhar muito, é simplesmente impossível trabalhar mais", afirma um dos manifestantes.

Entre as medidas contestadas estão o aumento de 250 para 400 horas extra permitidas por ano, a possibilidade de os empregadores fazerem acordos de horas diretamente com os trabalhadores, e não apenas em negociações coletivas com sindicatos e a liquidação de pagamentos de horas extra acumuladas, num período que pode ir até três anos, quando antes o prazo era de um ano.

Para muitos o fim da nova lei já não é suficiente. Acusam o governo de autoritarismo e exigem a queda do executivo de Viktor Orbán. "Isto já passou dos limites, agora contamos aos nossos críticos como foram os últimos oito anos e vamos ver onde isto acaba. Esperamos o melhor e esperamos que este governo desapareça com a ajuda de meios democráticos", diz outro dos manifestantes.

Numa marcha pacífica, os manifestantes partiram da Praça dos Heróis rumo ao Parlamento.

Contestam aumento das horas de trabalho não remuneradas, mas também a criação de novos tribunais administrativos para gerir questões como a lei eleitoral, manifestações e corrupção,

Para o partido de Orbán tudo não passa de "tumultos organizados" por uma rede ligada ao filantropo húngaro-americano George Soros, conhecido por apelar ao tratamento humano dos migrantes e criticar o governo nacionalista do primeiro-ministro húngaro.

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