ASAE diz que apanha ilegal de ameijoa japonesa no estuário do Tejo é negócio semelhante a tráfico de droga em Portugal
Pode soar estranho, mas o tráfico ilegal de ameijoas em Portugal compete em volume e receitas com o tráfico de drogas. Quem o diz é a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
As ameijoas em questão, essencialmente da variedade japonesa, são apanhadas sobretudo no estuário do rio Tejo, atraindo nomeadamente máfias de tráfico humano. Só em julho deste ano, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras identificou mais de 400 imigrantes clandestinos envolvidos na apanha ilegal da ameijoa nas margens do Tejo.
Ana Moura, inspetora-chefe da ASAE: "Assemelha-se muito ao tráfico de drogas, porque os valores monetários que estão envolvidos são muito semelhantes. E o risco não é tão elevado."
Um negócio clandestino que representa anualmente várias dezenas de milhões de euros e que tem como um dos principais clientes bares e restaurantes em Espanha.
Para além da ilegalidade, a apanha da ameijoa japonesa representa um grave problema sanitário, devido à contaminação microbiológica e presença de toxinas nocivas detetada neste tipo de bivalves.