Pedro Sánchez anunciou a realização de eleições antecipadas em Espanha, o governo não resistiu ao chumbo do orçamento de Estado.
Pedro Sánchez anunciou a realização de eleições antecipadas em Espanha, para 28 de abril, o governo não resistiu ao chumbo do orçamento de Estado.
Oito meses e meio separam o momento em que o líder do Partido Socialista e primeiro-ministro espanhol chegou ao poder após a votação de uma moção de censura contra Mariano Rajoy no Congresso e o dia que essa mesma Câmara o forçou a encurtar o seu mandato.
Apoiado por mais de vinte partidos, Sánchez formou um governo jovem e com uma maioria de mulheres, algo sem precedentes na história democrática de Espanha. Mas, embora tenha sido aplaudido, a imagem do executivo rapidamente se deteriorou com os escândalos que atingiram vários ministros. Dois deles demitiram-se.
No exterior, Sánchez teve o batismo de fogo na cimeira europeia sobre imigração. Angela Merkel ficou, agradavelmente, surpreendida. Pedro Sánchez era um aliado para fortalecer o eixo antixenófobo e promover a solidariedade europeia na distribuição dos refugiados.
Três semanas depois dessa reunião, Espanha abriu as portas ao Aquarius, um navio com mais de 630 migrantes, a maioria originária da África subsaariana, que ninguém queria receber.
Consciente de que sobre a sua cabeça pendia a espada de Dâmocles da independência catalã, que acabaria por lhe passar uma fatura insuportável em troca do seu apoio parlamentar, Sánchez multiplicou as iniciativas para dar um toque social à ação do governo e recompensar os setores mais atingidos por uma década de austeridade orçamentária. Também destinou uma despesa adicional de quase 2.000 milhões de euros à Catalunha, que agora ficou no ar após a rejeição do orçamento.