Angola pede ajuda à UE e Portugal para o registo populacional

Angola pede ajuda à UE e Portugal para o registo populacional
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De  Maria Barradas
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Em entrevista exclusiva à Euronews, o ministro angolano da Justiça pediu ajuda à União Europeia para a gigantesca tarefa do registo populacional do país.

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Um dos grandes desafios de Angola rumo ao progresso é o débil sistema de registo das populações. A Portugal, Angola pede a experiência; à União Europeia pede apoio financeiro. O pedido foi feito pelo ministro da Justiça, Francisco Manuel Queiroz, numa entrevista exclusiva à Euronews:

"Se o sistema do registo não estiver resolvido, nós vamos ter muita dificuldade, eu creio que um apoio da União Europeia nesse sentido, passando sempre por Portugal, seria muito bem vindo e seria algo que ficaria marcado de forma indelével nas relações entre Angola e a União Europeia".

As declarações do ministro foram proferidas em Lisboa, no mesmo dia em que decorria em Luanda a quarta reunião Angola-União Europeia, no âmbito do programa "Caminho Conjunto".  À margem do encontro foram assinados três acordos de financiamento por parte de Bruxelas, no valor de 22 milhões de euros. A verba destina-se a programas na área das finanças públicas e governação, ensino superior e aos mecanismos de diálogo.

A União Europeia saudou os esforços em matéria de Direitos Humanos do governo de Luanda, dias depois de o ministro da Justiça ter estado em Genebra a apresentar o relatório nacional ao comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas. No final da reunião com os peritos da ONU, Francisco Manuel Queiroz anunciou a criação de um programa de reabilitação das vítimas da repressão e da guerra, mas, aos microfones da Euronews, esclareceu que não haverá compensações financeiras:  "Seria muito complicado fazer compensações financeiras. Quem faria? E porque faria? Nós estamos a falar de vítimas da guerra, durante a guerra do lado da guerrilha e também do lado das forças armadas", disse.

O governo quer reabilitar a memória das vítimas num momento em que as marcas da guerra são ainda v´isíveis em partes do território. Em Cabinda há relatos de uma tensão crescente, com manifestações quase diárias, repressão policial e detenção de ativistas pró-independência.

A oposição da Unita mostra preocupação e fala de "vítimas de um conflito mal resolvido"; Luanda, pela voz do ministro da Justiça, diz está fora de questão mexer nas fronteiras do país, que o uso e o apelo ao uso das armas é crime e que polícia tem de manter a ordem pública.

Direitos Humanos, justiça e corrupção são os grandes temas da entrevista exclusiva de Francisco Manuel Queiroz à Euronews.

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