Por ocasião do 25° aniversário do genocídio no Ruanda, Paris anuncia a abertura dos arquivos para esclarecer o papel da França nos acontecimentos.
O Rwanda comemora no domingo o 25° aniversário do genocídio de 1994.
O presidente Paul Kagamé convidou vários líderes internacionais. Emmanuel Macron não estará presente mas, após ter recebido a associação Ibuka, que se dedica ao apoio aos refugiados e à memória do genocídio, anunciou a abertura dos arquivos franceses para esclarecer o papel da França nos acontecimentos de há 25 anos.
O presidente da associação Ibuka, Marcel Kabana, diz que é importante saber o que se passou: "É preciso que isto deixe de ser um objeto de conflito, um objeto de divisão e, para isso, é preciso talvez, muito mais um trabalho de transparência, um trabalho de informação suficiente, de diálogo, do que de silêncio por oposição às revelações".
Entre abril e julho de 1994, 800 mil ruandeses, sobretudo da etnia tutsi, foram massacrados pela forças armadas ruandesas e milícias hutus. A operação "Turquesa", desencadeada pela França, é acusada de não ter protegido as populações e mesmo de ter facilitado a fuga dos assassinos.
Os massacres começaram a 7 de abril, no dia a seguir ao assassinato do presidente, hutu, Juvénal Habyarimana e terminaram a 4 de julho com a entrada em Kigali da rebelião tutsi, da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), dirigida por Paul Kagamé, o homem que até hoje tem comandado o país, numa coexistência pacífica entre as diferentes etnias.
Mas, apesar do clima de paz, na sociedade ruandesa as feridas continuam bem abertas. Para os sobreviventes, esta comemoração é mais uma dura prova.