Irão desafia termos do acordo nuclear

Irão desafia termos do acordo nuclear
Direitos de autor REUTERS/Abdullah Dhiaa Al-Deen
De  Ricardo Figueira
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Protegido pela Rússia, Hassan Rouhani pede à Europa que respeite os termos do acordo de 2015, contra as ameaças de sanções por parte dos EUA.

PUBLICIDADE

Um ano depois de Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 e numa altura em que a marinha norte-americana faz exercícios militares no Golfo Pérsico, o governo de Hassan Rouhani subiu um nível na tensão entre o Irão e os EUA. Promete voltar a enriquecer urânio para lá dos limites estabelecidos pelo acordo, se os outros países não protegerem o petróleo e a banca do Irão das sanções norte-americanas.

"Se decidirem usar as nossas ações como pretexto para devolver o dossiê do Irão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, vão deparar-se com uma forte reação. Na minha carta a cinco países, já expliquei que reação é essa", disse o presidente iraniano.

O Irão pode agora voltar a sofrer sanções que tinham sido aligeiradas ou retiradas depois da entrada em vigor do acordo. Rouhani garante que este permanece: "O acordo sobre a energia nuclear mantém-se em vigor. Esse acordo diz-nos, nos artigos 26 e 36, que se a outra parte o violar, nós também podemos reduzir os nossos compromissos. O que foi agora anunciado foi uma redução, não uma retirada"

Com a tensão a agravar-se, o Irão virou-se para o aliado histórico, a Rússia. No encontro com o homólogo iraniano em Moscovo, o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov culpa os Estados Unidos e pede à União Europeia que respeite os compromissos: "Pedimos aos signatários europeus do acordo que tirem conclusões desta situação e comecem a cumprir as obrigações na íntegra. Tal como já fizemos várias vezes, pedimos a estes países que se concentrem no cumprimento de tudo aquilo que está estipulado no acordo e foi aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse.

O Irão continua a insistir que o programa nuclear é exclusivamente civil. A Europa e a China estão agora pressionadas pelos Estados Unidos a parar os negócios com Teerão, nomeadamente nos setores da banca e do petróleo, sob pena de virem também a sofrer sanções.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Eleições no Irão: conservadores mantêm controlo do parlamento

Eleições parlamentares no Irão começam com mais de 15 mil candidatos

Irão realiza eleições parlamentares na sexta-feira