Manfred Weber e a guerra pelo trono da Comissão Europeia

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De  João Paulo Godinho
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O candidato alemão indigitado pelo PPE terá de convencer os membros do Conselho Europeu que é o nome certo para liderar a Comissão.

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Virada a página das eleições europeias, trava-se agora a guerra pelo trono da Comissão Europeia. O alemão Manfred Weber é o candidato indigitado ('Spitzenkandidat') do Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo no hemiciclo de Estrasburgo.

No entanto, será isso suficiente para o confirmar como sucessor de Jean-Claude Juncker? A definição do futuro presidente passa antes pela proposta do Conselho Europeu e uma posterior votação no Parlamento, pelo que importa agora convencer os chefes de governo e de Estado.

A Euronews falou com o primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, que defendeu que não deve haver uma luta entre o Conselho, os partidos políticos e o Parlamento Europeu.

"Precisamos de encontrar os candidatos que serão os mais perfeitos para os diferentes cargos. Se eles forem um Spitzenkandidat... temos, por exemplo, na minha família política, Margrethe Vestager, que mostrou que é uma pessoa respeitada e uma boa comissária. Tenho a certeza de que ela seria perfeita", refere, em alusão ao nome da família dos Liberais Democratas (ALDE).

Apesar do ceticismo e da resistência que o nome de Manfred Weber desperta em diferentes latitudes, Xavier Bettel não descarta a sua ascensão à presidência da Comissão Europeia.

"Julgo que seria errado dizer que o Sr. Weber não tem chances. Para mim, o que é importante nas próximas horas e dias é que os partidos pró-europeus concordem sobre o quê antes de quem. Sei que para algumas pessoas é mais importante ter os nomes, mas para mim é mais importante saber o que vamos fazer", conclui.

Depois da visão de Xabier Bettel, Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria e um crítico de Manfred Weber, deixou pistas para outro caminho alternativo. Para o político húngaro, o candidato alemão mostrou falta de respeito para com a Hungria na campanha, por dizer que não seria presidente da Comissão se precisasse dos votos do Fidesz para ser eleito.

"Temos linhas vermelhas também, como o respeito pelo povo húngaro, e infelizmente Manfred Weber falhou a este respeito. Mas, numa escala mais ampla, posso dizer-lhe que não encontramos nenhum spitzencandidat apropriado ou adequado para o trabalho da Comissão Europeia. Acreditamos que deveria haver outra pessoa e que não estava entre os 'spitzenkandidats'. Entendemos que existem alguns líderes da Europa Ocidental que têm a mesma opinião, mas não são taxativos como nós. Por isso, não dizem que não são adequados, dizem que o conceito de spitzenkandidat não é muito apropriado. Mas isso vai dar ao mesmo", sentenciou.

A tomada de posse do futuro presidente da Comissão Europeia está marcada para 01 de novembro.

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