Alemanha e França defendem capitã do "Sea Watch 3"

Carola Rackete escoltada pela polícia após ser detida a bordo do "Sea Watch 3"
Carola Rackete escoltada pela polícia após ser detida a bordo do "Sea Watch 3" Direitos de autor REUTERS/Guglielmo Mangiapane
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De  Francisco Marques com Ansa
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Presidente germânico e governo francês estão contra a forma como Itália está a gerir a questão dos migrantes e, em particular, o caso de #CarolaRackete

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França e Alemanha levantam a voz contra a Itália pela detenção da capitã do barco de socorro a náufragos "Sea Watch 3".

O presidente germânico Frank-Walter Steinmeier diz que Carola Rackete não pode ser criminalizada por salvar vidas e o governo francês fala de histerismo do congénere italiano na gestão da crise de migrantes.

A capitão do "Sea Watch" forçou a atracagem sábado no porto de Lampedusa e terá inclusive colidido de raspão com um dos barcos da guarda italiana que a tentava bloquear.

Após desembarcar os mais de 40 migrantes que transportava desde que os resgatou há 17 dias em águas líbias, Carola Rackete foi detida sob acusação de resistência às autoridades e atracagem sem autorização,

Rackete foi entretanto colocada em prisão domiciliária, a bordo do "Sea Watch", arrisca uma pena até dez anos de prisão e já este domingo, através dos advogados, pediu desculpa se colocou alguém em perigo, na manobra para atracar.

O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte respondeu às críticas dos parceiros europeus com a alegação de que este caso não passa de uma "tentativa de chantagem política utilizando quarenta vidas humanas como instrumento."

Em Lampedusa, há residentes ao lado do governo italiano. "Se fosse na Tunísia, em França, na Alemanha ou na Inglaterra, ela (Carola Rackete) não sairia mais da prisão", considerou um dos habitantes na ilha italiana.

Multa de 50 mil euros

O barco foi confiscado pelas autoridades italianas e o primeiro-ministro adjunto e líder do Movimento 5 EstrelasLuigi di Maio, propôs que as embarcações confiscadas por entrarem ilegalmente em Itália se tornem propriedade do Estado.

O ministro do Interior Matteo Salvini, principal rosto da resistência italiana ao acolhimento de mais migrantes, reagiu às críticas francesas pelas redes sociais.

"Viosto que o governo francês é tão generosos (pelo menos a falr) com os imigrantes, iremos orientar o próximo eventual barco rum a Marselha", escreveu o também líder do partido nacionalista Liga no Twitter.

A "Sea Watch" pode ser também multada em 50 mil euros.

Entre os 42 migrantes entretanto desembarcados em Lampedusa, um agradeceu a Carola Rackete e à ONG a que ela pertence por estar ainda vivo. "Se não fosse este barco eu talvez fosse um homem morto agora. Obrigado 'Sea Watch'", disse o migrante de origem africana.

Novo resgate

Já este domingo, após um alerta de outro barco de socorro a migrantes, o espanhol "Open Arms", as autoridades italianas resgataram mais 55 migrantes a sudoeste da Lampedusa, incluindo quatro bebés e duas mulheres grávidas.

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