´Incêndios: pressão aumenta sobre Morales

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Direitos de autor REUTERS/David Mercado
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Indígenas iniciaram marcha em direção à capital para exigir ao presidente boliviano que decrete "desastre nacional" na sequência dos fogos na Amazónia

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Indígenas Chiquitano encetaram uma marcha em direção à capital da Bolívia para pôr pressão sobre o presidente Evo Morales. A região de onde partiram, Santa Cruz, é a mais afetada da floresta amazónica boliviana devastada pelos incêndios, os piores em duas décadas, que arrasaram até ao momento uma área superior a cinco milhões de hectares, segundo a ONG Fundação Amigos da Natureza.

A euronews visitou a região.

Marta Suárez, residente de Tierra Hermosa: "Do lado da comunidade de Tierra Hermosa fizeram 20 descargas de água, mas mesmo assim não conseguiram controlar as chamas. Neste outro lado, fizemos umas 120, cada helicóptero com 2500 litros de água, e mesmo assim não conseguimos apagar o fogo."

Para além da população local, as chamas ameaçam 1200 espécies da Amazónia boliviana. As comunidades indígenas classificam os incêndios que fustigam este ano a região como um "genocídio ambiental". Apesar de haver mais de cinco mil pessoas envolvidas no combate às chamas, uma grande parte dos incêndios continua ainda por controlar. Gregorio Nuñez, um criador de gado da comunidade de Guadalupe, integrou há duas semanas as equipas de voluntários.

Gregorio Nuñez: "Nos primeiros dias, vim sozinho, preocupado com o que comeria o meu gado, se os pastos queimassem. Depois começámos a organizar-nos, em grupo de oito, dez e até vinte pessoas, para combater as chamas."

Os peritos dizem que a prática descontrolada de queimadas é uma das principais causas dos incêndios. Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia - que tentará em outubro ser reeleito para um quarto mandato -, atraiu fortes críticas depois de assinar, em julho, um decreto que autoriza a prática das queimadas para criar áreas de pastoreio. Apesar de ter pedido a assistência da União Europeia na sequência de enormes protestos a exigir apoio internacional no combate aos incêndios, Morales recusou até ao momento declarar a situação como um "desastre nacional", como exigem os indígenas nas áreas afetadas.

Monica Pinna, euronews: "A gestão dos incêndios nesta parte do mundo tornou-se num tema sensível, sobretudo depois do G7 em França, com os dedos apontados às políticas locais de gestão do território. Na Bolívia, a deflorestação disparou 200 por cento desde 2015."

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