Decisão da Organização Mundial do Comércio pode piorar a tensão comercial existente entre Washington e Bruxelas
Olho por olho, dente por dente. As taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus, como vinho, queijo ou whisky, prometem agravar a tensão comercial existente entre Washington e Bruxelas. A retaliação norte-americana surge na sequência de um braço-de-ferro jurídico de 15 anos, decidido a favor dos Estados Unidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), mas o caso promete não ficar por aqui.
Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, não deixa margem para dúvidas e reagiu à decisão da OMC dizendo que "a Europa defende sempre o comércio livre e justo, baseado na igualdade e reciprocidade", garantindo que "não somos ingénuos" e "se alguém impuser taxas no nosso setor da aviação, nós faremos exatamente o mesmo."
Na origem da contenda está a atribuição à Airbus de vários milhões de dólares em subsídios ilegais pela União Europeia, a gigante da aeronáutica também enfrenta um agravamento das taxas alfandegárias nos Estados Unidos, numa medida que acaba por prejudicar as agências de aviação norte-americanas que usam aeronaves europeias.
Falta agora a OMC pronunciar-se sobre um processo inverso, movido pela União Europeia a propósito da Boeing. Certo é que a guerra comercial, que já tinha levado ao agravamento das taxas europeias ao whisky e aço norte-americanos o ano passado, está para durar.