O presidente chileno convocou reunião com todos os partidos para tentar alcançar um novo "contrato social" que acalme a tensão no país.
Os protestos no Chile causaram pelo menos 13 mortos, segundo um novo balanço feito hoje pelas autoridades. Segundo o Ministério da Saúde já se registaram também mais de 230 feridos civis e pelo menos 50 feridos entre polícias e militares.
A capital Santiago foi o epicentro do descontentamento social, com as manifestações a pararem a cidade. Em resposta, o exército avançou com canhões de água e gás lacrimogéneo.
No entanto, muitos ainda desrespeitaram o terceiro dia de recolher obrigatório na região metropolitana de Santiago, uma medida que já está a ser aplicada em 11 das 16 regiões do país perante a continuação dos distúrbios.
Numa tentativa de encontrar uma solução para travar a violência, o presidente chileno, Sebastian Piñera, agendou para esta terça-feira uma reunião com todos os partidos para construir um novo "contrato social" que dê resposta às reivindicações da população. Na agenda de Piñera devem surgir medidas para reforçar o sistema de pensões, a redução do preço dos medicamentos e o investimento na melhoria dos cuidados médicos.
A nível internacional, as Nações Unidas não deixaram de mostrar a preocupação com a crise chilena e apelam ao "respeito pelo Estado de direito".
"A delegação da ONU no Chile lamenta, em particular, o grande número de pessoas, incluindo menores e membros da polícia, que foram feridos durante estes incidentes", afirmou Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Entretanto, a contestação atravessou a fronteira e fez-se sentir junto ao consulado chileno em Buenos Aires, na Argentina. Centenas de manifestantes encheram as ruas e apontaram o dedo a Sebastian Piñera como o grande responsábel pela crise.
Os protestos nasceram na última semana na sequência de uma subida do preço dos bilhetes de metro na capital, tendo-se espalhado para diversas cidades do país, com barricadas, incêndios e saques.