Na zona de Suape, no nordeste do país, as pessoas não têm o que pescar nem o que vender
A "Praia do Paraíso", em Suape, no nordeste brasileiro, deixou de o ser desde o misterioso derrame de petróleo que aconteceu há semanas, na costa que abrange esta praia.
A biodiversidade é a primeira a sentir. Uma terra outrora cheia de vida transformou-se numa paisagem com um tom negro, de petróleo, onde não há rasto nem de plantas mais pequenas.
"Isto é um desastre. Este petróleo não pode permanecer nas nossas vidas". A frase é de Ivandelcio Santana, guia turístico da zona. Os habitantes, tal como Ivandelcia, passam horas e horas do dia a tentar limpar os resíduos de petróleo que vão chegando à costa. Viviam da pesca e da apanha da amêijoa, hoje em dia, nem o alimento é garantido.
Adriana Sales apanha amêijoa para sobreviver. Garante que nos últimos dias "nem adianta pescar", porque não há nada que se possa vender.
Não há mar, não há peixe, não há comércio local
A peixaria frente ao mar, habituada a peixe fresco diariamente, nos últimos dias só conta com meia dúzia de unidades de peixe dentro de uma arca frigorífica.
Eralda da Conceição, a peixeira dona da loja, admite que não tarda fecha as portas porque "as vendas estão muito baixas."
Foram afetados mais de 2000 metros de costa com o derrame. Leonardo Puntel, Comandante das operações da Marinha brasileira, admitiu que os níveis de petróleo nas praias estão a diminuir consideravelmente. Segundo os dados do governo, até agora foram recolhidas 1,5 toneladas de petróleo de quatro praias.
Entretanto, o governo notificou onze países em relação ao crime ambiental, o qual ainda não tem culpados.