Greve dos transportes ultrapassa recorde com mais de 30 anos

A greve em França contra a reforma das pensões chegou esta quinta-feira ao 29.° dia e é já a mais longa paragem contínua dos transportes gauleses em mais de 30 anos.
Entre 18 de dezembro de 1986 e 15 de janeiro do ano seguinte, foram 28 dias de paralisação dos transportes, na altura, pela melhoria de salários e condições de trabalho.
Na semana passada, a atual greve já havia ultrapassado a duração do protesto 1995, então, também contra a revisão planeada para o sistema de pensões da época.
No ano passado, os trabalhadores dos serviços ferroviários de França (SNCF) realizaram uma greve de 36 dias, mas cumprida de forma alternada, paralisando os comboios dois dias em cada cinco da semana.
Das grandes paralisações anteriores, a SNCF revelou o número de dias de trabalho perdidos devido aos protestos, com o maior prejuízo a ocorrer nos míticos protestos de 1968, afetando 4,6 milhões de dias.
Em 1986/87, perderam-se quase 700 mil dias de trabalho na SNCF com a greve e, em 1995, foram um milhão de dias.
O final da atual greve nos transportes é ainda incerto, mas durante o discurso de Novo Ano, o presidente Emmanuel Macron apelou a um "compromisso rápido" entre Governo e sindicatos, assumindo-se no entanto determinado em implementar a controversa reforma do regime de pensões nos moldes em que a delineou.
Uma nova ronda de negociações deverá começar na próxima terça-feira.
Antes, está previsto que a circulação de comboios em França melhore já a partir de sábado.
"No próximo fim de semana, dois em cada três TGV vão estar a circular em França, com o serviço praticamente normalizado nas ligações a Lyon, Marselha e Lille. A partir de domingo, iremos juntar também as cidades de Metz, Nancy, Estrasburgo e também a ligação ao Luxemburgo", revelou Pierre Matuchet, diretor de produção do TGV.
Para esta quinta-feira, no entanto, a SNCF tem ainda previsto apenas um TGV a circular em cada dois; um intercidades em cada quatro; e cinco comboios regionais em cada dez.