O ex-presidente da vila de Brunsmark teve de abandonar o cargo que ocupava há 12 anos, porque a lei alemã não permite que seja exercido por cidadãos exteriores à União Europeia.
Iain Macnab entrou na política alemã há mais de uma década. De origem escocesa, é há 12 anos o presidente de Brunsmark, uma pequena vila no norte da Alemanha.
Até agora, tem exercido o cargo de forma voluntária, mas os caminhos do Brexit obrigam-no a tomar outro rumo.
Na Alemanha, a lei não permite que a presidência da localidade seja assumida por cidadãos exteriores à União Europeia e Macnab teve de renunciar.
"A ficha só me caiu quinta-feira à noite, de que aquela era a minha última assembleia municipal. Estava a lembrar-me dos últimos 12 anos, despedi-me das pessoas e dirigi-me para a porta a pensar "Meu deus, ao fim de 12 anos, a minha ultima assembleia. Foi aí que realmente senti alguma coisa", conta.
Na pequena vila de Brunsmark, a 60 quilómetros de Hamburgo, habitam 170 pessoas. É um local remoto, que, muitas vezes, parece a quem aqui vive esquecido pelo poder central.
É essa a sensação do ex-autarca, crítico do governo de Boris Johnson. "Se a elite de Londres continuar a governar sem ter a menor ideia do que se passa noutros sítios, eu terei tendência a tornar-me cada vez mais um nacionalista escocês".
Apesar de viver em Brunsmark há quase 30 anos, a cidadania alemã está fora de questão. Macnab vai permanecer como sempre se sentiu, um escocês na Alemanha.