Países com interesses no conflito líbio reforçaram, na conferência sobre a segurança, em Munique, o compromisso com o embargo de armas para a Líbia.
Países com interesses na guerra civil da Líbia voltaram a comprometer- se, este domingo, em Munique, com um embargo de armas, quatro semanas após a conferência de paz em Berlim que foi seguida por numerosas violações deste compromisso.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, que fala de uma "conversa aberta", apesar das divergências de pontos de vista diz que "será importante estabelecer transparência e assegurar que aqueles que continuam a quebrar o embargo não escapem sem serem detetados".
Por seu lado, Stephanie Williams, adjunta do emissário da Nações Unidas para a Líbia, afirmou:
"A situação no terreno continua a ser profundamente preocupante". A trégua está por um fio, com numerosas - mais de 150 - violações relatadas, e é o povo líbio quem continua a sofrer mais". A situação económica continua a deteriorar-se, exacerbada pelo bloqueio petrolífero e por uma crise bancária iminente. Entre os países e as organizações participantes hoje, houve um consenso sobre a necessidade de levantar o bloqueio do petróleo".
Na próxima terça-feira prosseguem, em Genebra, as conversações da comissão militar conjunta com vista ao cessar-fogo.
A União Europeia discute a situação do conflito esta segunda-feira com uma proposta de que forças navais façam cumprir o embargo de armas contra a Líbia.
Os países envolvidos incluem os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a Itália, a Turquia e os Emirados Árabes Unidos. A reunião de domingo lançou formalmente uma comissão internacional de acompanhamento sobre a Líbia. A Itália copresidirá a próxima reunião, em Roma, em março.
A Líbia está em tumulto desde 2011, quando uma guerra civil derrubou o ditador de longa data Moammar Kadhafi, que mais tarde foi morto.
Uma fraca administração reconhecida pela ONU, que agora detém a capital, Trípoli, e partes do oeste do país, é apoiada pela Turquia, que recentemente enviou milhares de soldados para a Líbia e, em menor grau, pelo Qatar e pela Itália, bem como pelas milícias locais.
Do outro lado está um governo rival no leste, que apoia o general Khalifa Hifter, cujas forças lançaram uma ofensiva para capturar Trípoli em abril passado. Estes rebeldes são apoiados pelos Emirados Árabes Unidos, Egito, França e Rússia.
Desde a cimeira de Berlim, as fações militares rivais líbias reuniram-se em Genebra num esforço liderado pela ONU para forjar uma trégua duradoura. Uma primeira ronda de conversações terminou sem que os oficiais assinassem um acordo.