O Reino Unido é o mais recente país em confinamento obrigatório. Em Itália, o número de mortes diárias voltou a crescer,
Quando a Itália acreditava que o ritmo de mortes por Covid-19 estava a abrandar, os números voltaram a pesar: 743 mortes em 24 horas, o segundo valor mais alto desde que a epidemia começou. A Itália já perdeu 6800 vidas. Única luz ao fundo do túnel, o número de novas infeções continua a baixar. O coronavírus infetou mais de 69 mil pessoas.
O governo de Roma decidiu reforçar as medidas para forçar as pessoas a ficar em casa. As multas para quem não respeita os termos do confinamento são agora mais pesadas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou coimas que podem ir dos 400 aos três mil euros.
Espanha: Idosos ao lado de cadáveres
Espanha aproxima-se de Itália em termos de fatalidades. O número de mortes ultrapassou as da China. Morreram 3434 pessoas vítimas de COVID-19 e só nas últimas 24 horas houve 738 falecimentos, segundo números divulgados já esta quarta-feira.
Com os hospitais saturados, muitos doentes estão a ser tratados em hospitais de campanha, montados em hotéis e outras instalações. Madrid é a região mais afetada. O Palácio de Gelo, principal ringue de patinagem da capital espanhola, foi transformado em Morgue. A situação dos lares de idosos é também preocupante. Militares que desinfetavam um lar encontraram utentes acamados ao lado de cadáveres, vítimas de COVID-19, que não tinham sido recolhidos.
França é o terceiro país mais castigado. Os franceses entram na segunda semana de um confinamento obrigatório que deve durar pelo menos até ao final de abril. O conselho científico que aconselha o presidente Macron recomenda que as medidas durem seis semanas. Terça-feira, o número de mortos ultrapassou 1100. Foi o maior número diário de falecimentos desde o início da epidemia.
Também as ruas de Londres assemelham-se agora às de uma cidade-fantasma. No Reino Unido, entraram em vigor as medidas de confinamento decididas pelo governo de Boris Johnson. O centro de conferências Excel, na capital britânica, vai ser convertido em hospital de campanha e cerca de 12 mil médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar na reforma alistaram-se para um serviço voluntário de entrega de comida e medicamentos às pessoas em quarentena. O país conta, para já, 422 mortes e mais de oito mil infetados.