Centenas de trabalhadores juntaram-se num aeroporto da Roménia à espera de voar para Alemanha, onde os aguarda trabalho sazonal nos campos.
Às portas do aeroporto de Cluj-Napoca, na Roménia, centenas de pessoas deixaram pouco espaço para o cumprimento das regras de distanciamento social. Um grupo de trabalhadores sazonais concentraram-se no local aguardando sair do país rumo à Alemanha, onde nos próximos dois meses são esperadas cerca de 40 mil pessoas da Europa do Leste para trabalhar.
Ao longo do dia, foram várias horas de espera num espaço demasiado pequeno para tanta gente.
O administrador do aeroporto, David Ciceo, condenou a situação, afirmando que "não é normal" as pessoas chegarem "com tantas horas de antecedência, sem garantir as condições adequadas".
De acordo com as autoridades, cabia às agências de recrutamento ter organizado os trabalhadores por hora de voo.
Para o primeiro-ministro romeno, Ludovic Orban, "todos os responsáveis pelo incidente devem ser responsabilizados". Mas o chefe do governo também deixa críticas à administração, afirmando ser "inaceitável que não tenha avisado a autarquia".
Já para a ministra alemã da agricultura, Julia Kloeckner, é da responsabilidade de todas as empresas "garantir uma certa distância durante o transporte e quando as pessoas trabalham juntas em grupos". Isto durante os primeiros 14 dias desta quase-quarentena, durante a qual podem trabalhar".
No início do mês, a Alemanha abriu as portas à entrada de migrantes para trabalhar na agricultura, depois de as explorações terem ficado praticamente desertas, na sequência da pandemia de covid-19. O governo alemão garantiu que as viagens serão feitas exclusivamente de avião e os trabalhadores serão submetidos a controlos estritos para evitar a propagação do coronavírus.
No total, foram 13 os aviões que levaram romenos para trabalhar no campo em várias cidades na Alemanha.
Uma investigação criminal foi entretanto aberta pelas autoridades romenas, que pretendem apurar responsabilidades na violação das medidas adotadas para prevenir a propagação do novo coronavírus.