Violência doméstica em tempo de confinamento preocupa

Violência doméstica em tempo de confinamento preocupa
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De  Bruno Sousa
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Autoridades reforçam medidas de apoio às vítimas mas para quem trabalha no setor, é preciso ir mais longe

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Por esse mundo fora as ruas estão desertas para tentar travar a ameaça do covid-19 mas dentro de portas, há outra ameaça à espreita. O confinamento é um verdadeiro pesadelo para as vítimas de violência doméstica, obrigadas a ficar fechadas em casa com o agressor. A pouca informação disponível aponta para um cenário preocupante.

Itália e Espanha são dois dos países mais atingidos pela pandemia e ambos têm já casos conhecidos de mortes por violência doméstica durante o confinamento.

Foi o caso de Lorena Quaranta, italiana de 27 anos que estava prestes a tornar-se médica e que foi estrangulada em casa pelo namorado no início do mês.

Em França, os incidentes de violência doméstica cresceram 30% durante os primeiros dias de confinamento. O maior aumento foi registado em Paris e as autoridades estão preocupadas.

Vários governos mobilizaram-se para responder a esta ameaça crescente. Em França, as farmácias tornaram-se num ponto de encontro. Foi criada a expressão de código "máscara 2019" para as vítimas poderem pedir ajuda. Quem não conseguir sair de casa tem um serviço de SMS à disposição para o fazer discretamente.

Apesar da iniciativa ter sido divulgada também em Portugal através das redes sociais, é importante esclarecer que não se encontra em vigor.

Ainda assim, o governo de António Costa reforçou as medidas de apoio às vítimas, aumentando o número de estruturas temporárias de acolhimento de emergência. As linhas telefónicas de apoio também continuam em funcionamento.

Apesar das várias medidas governamentais um pouco por toda a Europa, para os grupos de apoio às vítimas, é preciso fazer mais. Para Caroline de Haas, da Associação Nous Toutes, a medida mais eficaz seria "a contratação urgente de pessoas com formação para acolher vítimas de violência doméstica e o reforço das forças policiais nesse campo. São elas a primeira linha de combate, as primeiras a serem chamadas, mas não são suficientes nem têm formação adequada".

Caroline de Haas aponta ainda o exemplo da Dinamarca, onde as vítimas de violência doméstica têm à disposição quartos de hotel pagos para se refugiarem. Um pequeno passo num caminho que ainda é demasiado longo.

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