Economia chinesa cai 6,8%

A China sofreu a pior contração económica desde a década de 1970. Após uma paralisação de quase dois meses, no início deste ano, a segunda maior economia do mundo, contraiu 6,8%, em termos homólogos,
Contudo, para o governo chinês, o momento é de recuperação. De acordo com o porta-voz do Instituto Nacional de Estatística da China, Mao Shengyong, "em março, houve uma recuperação e o declínio foi reduzido". Apesar do impacto da covid-19 na economia do país, Shengyong revela que as "indústrias essenciais continuaram a crescer".
Mas, para os analistas, as quedas acentuadas do consumo e da atividade nas fábricas sugerem uma recuperação mais longa e difícil.
"Podemos ver que a epidemia interna foi bem controlada, mas o desenvolvimento internacional impôs-nos um impacto sistemático. Portanto, não acho que vá haver uma recuperação real antes do quarto trimestre ou até ao final do ano", afirma Zhu Zhenxin, do Instituto de Finanças Rushi, com sede em Pequim.
No ano passado, o consumo doméstico representou 80% do crescimento económico da China. Este ano, entre janeiro e março, o indicador sofreu uma queda de 19%, ficando abaixo da maioria das previsões. O investimento em fábricas e outros ativos fixos, importantes impulsionadores da segunda maior economia do mundo, caiu 16,1%.
No início de março, o governo chinês ordenou a reabertura de fábricas e escritórios. No entanto, diversos negócios considerados não essenciais, permanecem encerrados, deixando milhões de pessoas sem trabalho.