Covid-19 obriga Angola a produzir menos dois milhões de quilates de diamantes

A worker sorts diamonds according their color (AP Photo/Themba Hadebe)
A worker sorts diamonds according their color (AP Photo/Themba Hadebe) Direitos de autor Themba Hadebe/AP2008
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De  Luis Guita com Lusa
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Angola tinha previsto produzir cerca de 10 milhões de quilates de diamantes este ano. Devido à pandemia de Covid-19, neste momento é prevista uma redução da produção na ordem dos 20%.

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Angola prevê que a produção de diamantes venha a sofrer uma quebra de 20% devido à pandemia de Covid-19.  A produção de diamantes inicialmente prevista para este ano era de aproximadamente 10 milhões de quilates, comunicou hoje o presidente da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA).

“Nós tínhamos previsto inicialmente produzir cerca de 10 milhões de quilates para este ano e temos estado a ajustar, pensando que este período bastante complicado possa estar resolvido dentro dos próximos quatro meses (…) Consideramos neste momento uma redução da produção na ordem dos 20%, o que significa que nos devemos situar nos oito milhões de quilates pelo menos”, disse o presidente do conselho de administração (PCA) da ENDIAMA, Ganga Júnior.

O responsável falava à margem do anúncio dos resultados do concurso público para a outorga de direitos mineiros para a prospeção e exploração de diamantes, ferro e fosfatos.

Ganga Júnior salientou que, neste momento, todas as minas estão a funcionar.

“Felizmente estão a aguentar”, mas as vendas de diamantes estão paradas.

“Não há mercado neste momento. Para todas as minas reduzimos a intensidade de exploração, até porque não é possível neste momento termos 100 por cento dos trabalhadores, uma boa parte deles está em casa”, disse.

O responsável da concessionária de diamantes em Angola frisou que, nesta altura, os trabalhos decorrem em situação de equilíbrio e com a constituição de ‘stocks’.

“[Estamos a trabalhar] com o sistema financeiro e com as reservas de cada uma delas, no sentido de não termos pressa na venda, porque a situação não está boa e esperamos que sejamos todos resilientes e saiamos vitoriosos”, acrescentou.

O PCA da Endiama sublinhou que a meta de Angola é tornar-se, até 2022, no terceiro maior produtor mundial de diamantes, atingindo o patamar dos 14 milhões de quilates anuais, e para o efeito estão em curso alguns trabalhos.

“Primeiro, melhorando as minas que já existem, este é um trabalho que é de todos os dias e que está já a surtir os seus efeitos, e temos também para começar, a exploração experimental (Luachi), mas também a melhoria significativa da antiga concessão do Luó, que tem a Camachia Camagico e mais outros kimberlitos descobertos. Estamos neste momento a estruturar para aumentar a capacidade de produção”, frisou.

“Continuamos com esse objetivo, não obstante as circunstâncias atuais da covid-19, mas pensamos que é passageiro, vai passar. As perspetivas de mercado para longo prazo apontam para a continuidade da procura de diamantes e pensamos que vamos conseguir”, disse.

“Neste momento a movimentação de pessoas é complicada”, sublinhou Ganga Júnior, realçando que os mercados de diamantes, nomeadamente a Índia, Antuérpia, Israel estão fechados e a China começam a reabrir.

“Estamos com a sensibilidade necessária para nos ajustarmos a esta realidade do covid-19”, concluiu.

Angola conta já com 48 casos confirmados da covid-19, nomeadamente 32 casos ativos, dois óbitos e 14 recuperados.

O país cumpre a terceira prorrogação do estado do estado de emergência que estende até 25 de maio.

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