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Covid-19 pode ser estocada final na festa brava

Covid-19 pode ser estocada final na festa brava
Direitos de autor  AP Photo
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De Teresa Bizarro & Jaime Velázquez
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Setor teme consequências de não poder retomar touradas este ano. Reportagem da Euronews

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A festa brava está suspensa em Espanha e as condições impostas para a realização de espetáculos ao ar livre fazem antever uma temporada praticamente em branco. A Euronews visitou um criador e a maior praça de touros de Espanha e conta-lhe como é que um setor que vale 4 mil e 500 milhões de euros olha para o futuro.

"O que os define é a bravura"

É no montado que tudo começa. Nas pastagens de uma raça que o homem nunca conseguiu - ou quis - domesticar por completo.

O touro bravo é o negócio da família de Fernando Guzmán Arroyo há 100 anos. Enquanto mostra a propriedade, diz ao repórter da Euronews que o touro de lide sempre foi "uma raça semi-selvagem". Acredita que estes exemplares que aqui tem são "descendentes diretos dos primeiros touros" que o homem enfrentou e capturou em Espanha. O que os define - garante - "é a bravura".

A uma hora de Madrid, Fernando tem cerca de 100 touros no cerco. Para este criador, "onde há um montado há uma ilha de biodiversidade".

Em todo o mundo, não existirão mais de 100 mil touros de lide. Os criadores costumam usar este número para mostrar o risco de extinção. O número de exemplares em todo o mundo é semelhante à quantidade de gorilas africanos. A comparação não tem medida certa - porque os gorilas estão em liberdade ou em santuários. Não são criados para um espetáculo.

Na propriedade de Fernando, há como sempre um lote de touros que já chegaram à idade adulta e estão prontos a entrar na arena. A pandemia de Covid-19 prolongou-lhes a vida em liberdade.

Estocada final?

O touro bravo é criado para ser lidado na praça. Uma fiesta, como constata o repórter da Euronews, que tem perdido brilho nos últimos anos. A Covid-19 pode ser a estocada final nestas lides, com história, mas com cada vez mais controvérsia.

Para Fernando Guzmán Arroyo, esta crise serve para perceber o que pode representar o fim da tauromaquia aos níveis ambiental, cultural e económico. Este criador diz que o cenário que se avista "é catastrófico".

Las Ventas vazia

Na Praça de Touros de Las Ventas, a maior de Espanha, o rei é hoje o silêncio.

Rafael García Garrido, diretor desta arena de Madrid, diz-se impressionado pela ausência de bruá. Conta que num dia normal não faltariam pessoas: nos bares, nos restaurantes, nas longas filas para as bilheteiras. Pelas contas do setor, só o cancelamento da Feira de San Isidro vai roubar a Madrid 400 milhões de euros.

Os espetáculos ao ar livre devem ser retomados em breve, mas com grandes restrições. O responsável de Las Ventas, já fez as contas: a praça tem 24 mil lugares, mas só mil podem ser ocupados. "Sem público, isto não faz sentido", declara categoricamente adiantando que a fiesta só vai voltar à arena com aquilo que chama de "condições de dignidade".

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