Búlgaros opositores à reforma no setor dos transportes de mercadorias da UE

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Os empresários do setor búlgaro dos transportes de mercadorias receiam impactos muito negativos e alguns consideram mesmo que, com o Pacote de Mobilidade, está em curso uma apropriação do mercado por parte das empresas do oeste europeu.

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Um processo longo e controverso. Proposta pela Comissão Europeia, foi aprovada pelo conselho europeu a reforma do setor dos transportes rodoviários, conhecida por pacote da mobilidade.

As novas regras são destinadas a regular o setor na União Europeia. As companhias nos países mais desenvolvidos sustentam que a competição oriunda do leste europeu é desleal. O outro lado garante que vai ser muito prejudicado com a reforma.

"Tivemos que abrir três novos centros logísticos pela Europa fora para podermos cobrir o continente. A fatura é na ordem dos milhões de euros. Tive que me preparar para as novas regras e para continuar competitivo. A relocalização é o único caminho. Vou conseguir, mas e o que acontece às pequenas firmas com apenas alguns camiões? Elas representam cerca de 75 por cento da nossa União", diz Angel Trakov, proprietário de uma empresa búlgara de transportes.

As empresas de transporte suspeitam que estão ser alvo de uma apropriação empresarial por parte dos rivais ocidentais.

"As empresas de transporte do Leste Europeu vão ser colocadas numa grande desvantagem competitiva em relação às empresas da Europa Ocidental e também por parte de terceiros, companhias da Turquia, da Sérvia, da Moldávia e da Ucrânia, que não vão ser afetadas pelo pacote de mobilidade", explica Yordan Arabadjiev, do sindicato dos profissionais dos transportes internacionais.

Outro aspeto questionado é o impacto ecológico da política de regresso dos camiões e motoristas. Há estimativas que apontam para o facto de quase metade de todos os camiões, obrigados a regressar aos países de origem, vai estar vazia.

Damian Vodenitcharov, jornalista da Euronews, diz que "mesmo depois das aprovações finais do pacote da mobilidade Europeia, a divisão permanece. De acordo com as empresas de transportes búlgaras, foi feito muito pouco para minimizar as suas preocupações de há vários anos. Conseguir o apoio do Parlamento Europeu também tem sido uma luta desequilibrada".

O pacote de mobilidade estabeleceu uma linha entre este e oeste na União, mesmo no parlamento europeu, que ainda terá que aprovar a reforma, como nos contou o eurodeputado búlgaro Angel Djambazki, um opositor destacado nas novas diretivas.

"Isto é puro bolchevismo e comunismo, é uma apropriação empresarial. Dificilmente se pode justificar estas medidas tão antieconómicas e antimercado. Quando falo com outros eurodeputados tenho a sensação de que sabem perfeitamente o que estão a fazer mas continuam a seguir as orientações partidárias e nacionais", adianta.

As empresas mais pequenas, que constituem a maioria do mercado do transporte europeu, receiam poder entrar em falência. Metade poderá não sobreviver

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