Protestos antigoverno em Belgrado e Sófia

Prosseguiram este sábado os protestos antigoverno dos últimos dias na Sérvia e na Bulgária.
Em Belgrado, depois de uma sexta-feira marcada por confrontos violentos com a polícia diante do Parlamento e mais de 70 detenções, os protestos voltaram a fazer-se ouvir pelo quinto dia consecutivo, mas este sábado sem registo de tumultos.
Houve até relatos de alguns manifestantes terem confrontado certos elementos civis que se preparariam para atacar as forças da ordem de guarda ao Parlamento.
Os protestos começaram após o anúncio do Presidente Alexander Vucic e do governo da reativação das medidas de contenção da Covid-19 após o país ter sofrido novos surtos, nomeadamente em competições desportivas, como futebol, que haviam sido retomadas em junho com público nas bancadas.
Os protestos têm contrariado sobretudo a limitação de ajuntamentos sociais apenas até 10 pessoas.
As autoridades de saúde sérvias atualizaram este sábado o quadro da epidemia no país e anunciaram o registo de mais 345 novas infeções, incluindo seis futebolistas do Estrela Vermelha de Belgrado, e ainda mais 12 mortos com Covid-19.
Bulgária dividida
No país vizinho da Bulgária, a sudeste, foram também registadas no sábado mais 211 infeções pelo novo coronavírus, mas nenhum óbito.
Milhares de búlgaros continuaram também em protesto contra o governo, a que se juntou este sábado o apelo do presidente Roumen Radev à demissão do primeiro-ministro, o conservador Boiko Borissov.
Próximo dos socialistas, Radev foi alvo na quinta-feira de buscas pelo Ministério Público no Palácio Presidencial, o que fez o chefe de Estado acusar o executivo de Borissov de ter "um perfil mafioso" e de instrumentalizar a justiça.
As buscas ao Presidente terão espoletado as manifestações de rua contra o governo e reforçado as alegações de compadrio entre Borissov e a oligarquia búlgara.