Visitantes aguardam por reabertura de Hagia Sophia

A Hagia Sophia, um dos edifícios mais icónicos de Istambul continua a atrair visitantes com novidades, passados 1500 anos. Esta semana, voltou a testemunhar mais um volte-face histórico; depois de 86 anos como museu, o monumento vai passar a ser uma mesquita.
A decisão foi anunciada, esta semana, pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, depois de o mais alto tribunal do país ter revertido uma decisão judicial de 1934, que classificava o monumento como museu.
Vindo de Itália, Alessandro Roccatagliati é um entre os muitos turistas a contemplar o local, encarando com naturalidade a reconversão do património.
"Eu respeito. Ao longo da história este monumento sofreu muitas mudanças e, nessa perspetiva histórica, acredito que esta decisão é apenas mais uma mudança e que provavelmente, no futuro, iremos ver outras", afirma.
As primeiras impressões vêm apenas do lado de fora. O edifício continua de portas fechadas aos visitantes.
No entanto, a primeira oração está prevista acontecer dentro de duas semanas.
Mohiuddin Kazmi é de origem paquistanesa e vive na capital turca. Não é a primeira vez que vê o Hagia Sophia, mas confessa estar expectante pela reabertura.
"Já estive aqui antes, quando era museu, mas queria ver pessoalmente como é olhar para este edifício agora que é mesquita. Fiquei muito desapontado quando soube que ainda não estava aberta. Vão abri-la no dia 24 de julho e é isso que aguardo com expectativa", conta.
Construído para ser uma catedral ortodoxa, no século VI e tornado em mesquita, no século XV, o Hagia Sophia voltou a ganhar uma nova vida no século XX, enquanto museu, tendo sido classificado como património mundial da UNESCO e passando a ser considerado um símbolo do secularismo da Turquia.
Em comunicado, a UNESCO disse já "lamentar profundamente" a decisão das autoridades turcas e recear uma "alteração do estatuto" de "valor universal" do monumento, que, caso sofra alguma mudança, pode ter a sua classificação revista.