Os chilenos decidiram em referendo, por larga maioria, pôr fim a um dos maiores testemunhos da era Pinochet, a Constituição que intituiu o neoliberalismo económico no país.
O Chile celebrou, este domingo, o "sim" a uma nova Constituição. A vontade foi expressada, em referendo, por uma larga maioria de 78,24% do eleitorado. O novo texto será agora redigido por uma assembleia popular eleita especificamente para o efeito.
O resultado, no entanto, parecia impossível há um ano. A mudança chegou depois de um protesto estudantil por causa do preço dos transportes públicos ter desencadeado uma contestação generalizada contra as desigualdades socioeconómicas.
A Constituição chilena em vigor até à data foi adotada em 1980 sob a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1980), o texto fundamental serviu então de base legal para a instituição de um dos primeiros modelos económicos neoliberais do mundo.