Presidente angolano discursava no âmbito da cerimónia de homenagem aos profissionais diretamente envolvidos no combate à pandemia.
Em véspera de Dia da Independência de Angola, o presidente angolano, João Lourenço, quis homenagear os heróis da nação. Os profissionais diretamente envolvidos no combate à covid-19 foram destacados, num discurso virado para a atualidade sanitária, política e económica.
João Lourenço afirmou que "à semelhança do que ocorre com a generalidade dos países", Angola enfrenta "uma crise sanitária profunda que a todos impõe sacrifícios para salvaguarda da nossa vida coletiva". O chefe de Estado ressalvou também que "há, no entanto, quem procure tirar proveito político de uma situação que ocorre ao mesmo tempo em todo o mundo e que, portanto, não foi criada pela boa ou má atuação dos governos".
Sem qualquer menção direta à manifestação contra o desemprego desta quarta-feira, o presidente angolano afastou assim responsabilidade pelos números que não param de aumentar.
No terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego no país subiu para os 34%, uma evolução, que, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Angola, foi "marcada, pelo impacto da pandemia".
Os protestos, tal como no passado recente, foram proibidos devido às restrições sanitárias impostas no país.
Em outubro, uma manifestação organizada por um grupo de jovens resultou em mais de 100 detenções, entre as quais as de jornalistas que faziam a cobertura dos protestos.