João Lourenço 'vende' potencial angolano além do petróleo nos EUA

João Lourenço em fevereiro de 2020
João Lourenço em fevereiro de 2020 Direitos de autor Andrew Caballero-Reynolds/Pool via AP/ Arquivo
De  Euronews com Agência Lusa
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"Estamos a conduzir em Angola um processo de correção das más práticas de governação e de gestão da coisa pública", lê-se num comunicado da presidência de Angola

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O Presidente de Angola, João Lourenço, salientou hoje aos membros do Conselho Consultivo do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) que o país não é só fonte de petróleo e que há abundantes oportunidades empresariais noutras áreas.

"Decorre em Angola um processo de mudanças profundas da realidade que o país viveu nas últimas quatro décadas, havendo hoje uma nova visão com a definição de outras prioridades em matéria de desenvolvimento”, disse João Lourenço, no discurso em formato virtual ao Conselho Consultivo do Presidente dos EUA sobre negócios em África.

O chefe de Estado angolano realçou, entre as outras prioridades de desenvolvimento, “o setor da agricultura, o da tecnologia e o do ensino superior, dos transportes e infraestruturas, da saúde, da indústria farmacêutica, da banca e seguros, e outras mais” que poderão ser do interesse dos EUA.

De acordo com um comunicado emitido pela presidência angolana, João Lourenço vincou que "o interesse em investir quase que exclusivamente nos hidrocarbonetos deve ser corrigido, tendo em conta as enormes potencialidades que a economia angolana oferece", destacando as principais reformas económicas lançadas nos últimos anos e o enfoque no combate à corrupção.

"Estamos a conduzir em Angola um processo de correção das más práticas de governação e de gestão da coisa pública, com o apoio de importantes instituições de países amigos, das quais realço o do Departamento do Tesouro, que tem vindo a proporcionar assistência técnica à nossa Unidade de Informação Financeira", afirmou o governante.

"Estamos a empreender em Angola um enorme esforço para transformar a nossa economia com vista a encorajar o investimento privado e a livre iniciativa, ao mesmo tempo que reforçamos o nosso compromisso com a democracia, a transparência, o combate à corrupção e com a defesa dos direitos humanos", vincou.

João Lourenço admitiu: “A implementação destas reformas não tem sido fácil, mas é necessária e vital para o futuro do povo angolano".

Antes, num dia classificado de "jornada histórica", o Presidente angolano já tinha falado ao telefone com o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, e respondeu depois a perguntas colocadas pelos empresários.

"O interesse dos homens de negócios andou à volta de questões como a resposta do executivo angolano à pandemia da covid-19, a aposta em infraestruturas e reforço das capacidades do sistema de saúde, o modo como as empresas norte-americanas poderão participar desse esforço”, lê-se no comunicado.

Segundo a nota, os empresários “perguntaram também sobre a economia digital, as reformas económicas e melhoria do ambiente de negócios, a informalidade de boa parte da economia angolana e os esforços para a alteração desse quadro e os programas e as políticas públicas visando o empoderamento da mulher".

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