Suspeitas de crime médico na morte de Diego Maradona

Leopoldo Luque com Maradona momentos antes da alta hospitalar pós-operatória
Leopoldo Luque com Maradona momentos antes da alta hospitalar pós-operatória Direitos de autor Diego Maradona press office / AFP
De  Francisco Marques
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Leopoldo Luque acompanhou "El Pibe" nos últimos tempos de vida e foi ele que o operou a 3 de novembro. Agora está a ser investigado pelo Ministério Público

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O médico pessoal de Diego Armando Maradona, Leopoldo Luque, está a ser investigado na Argentina devido à morte do antigo futebolista, ocorrida na passada quarta-feira. A suspeita de homicídio culposo ou por negligência ganha força, escreve o Diário Olé, o maior jornal desportivo da Argentina.

Através do departamento judicial de San Isidro, o Ministério Público argentino ordenou este domingo a realização de buscas na residência e no consultório privado do médico cirurgião que operou Maradona no início deste mês e que o vinha acompanhando nos últimos tempos.

A ordem para a realização das buscas surgiu após terem sido ouvidas as três filhas de Maradona.

De acordo com o jornal Olé, Dalma, Giannina e Jana pediram às autoridades a revisão dos tratamentos médicos prescritos ao pai durante pelo menos três internamentos realizados nos últimos meses nas clínicas Ipensa, La Plata e na Clínica Olivos, onde foi operado de urgência a um hematoma subdural.

Se os resultados das buscas derem força à linha de investigação agora seguida pelas autoridades, ganha força a suspeita de homicídio culposo ou por negligência e Leopoldo Luque pode ser convocado para prestar declarações, o que pode acontecer ainda este domingo ou já na segunda-feira.

A justiça está a tentar montar a história clínica de Maradona para tentar perceber se houve negligência ou mesmo procedimento criminoso na gestão da situação do paciente, internado por um episódio de depressão e desidratação três dias depois de celebrar 60 anos.

O recém sexagenário foi operado de urgência ao cérebro no dia seguinte e transferido uma semana depois, por ordem de Leopoldo Luque, para a casa particular onde viria a morrer.

Logo no dia seguinte à morte e numa altura em que os holofotes de todo o mundo estavam no velório de "El Pibe de Oro", o advogado de Maradona lançou duras críticas ao tratamento médico prestado ao antigo jogador nas últimas horas de vida.

Matías Morla sugeriu mesmo ter-se tratado de crime e garantiu avançar para o pedido de uma investigação à morte de Diego Maradona, "sem piedade", como revelou que o cliente lhe pedia.

Homenagem de Messi

Em Espanha, Lionel Messi voltou a lembrar Maradona de uma forma mais positiva. A estrela argentina do Barcelona recebeu a bola do português Trincão e arrancou para um lance "à Maradona" para inscrever o nome na lista de marcadores da goleada (4-0) deste domingo em Camp Nou ao Osasuna.

No momento da celebração despiu a camisola do "Barça" e exibiu vestida por baixo a do Newels Old Boys, onde começou a dar os primeiros pontapés na bola oficiais com seis anos e onde, a 7 de outubro de 1993, assistiu pela primeira vez ao vivo a um jogo de Maradona.

Ambos os clubes deram eco da homenagem de Leo a Diego.

Aquele longínquo jogo de 1993 marcou a estreia de "El Pibe" pelo Newels após um ano ao serviço do Sevilha, na Liga espanhola.

Foi um jogo inesquecível para o então pequeno Messi, que em 2007 viria a ser apontado pelo próprio Maradona como o seu sucessor no futebol argentino.

Outras fontes • Diario Ole

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