Uma exposição documenta a história de um edifício icónico da capital de Angola. A autoria tem sido atribuída a Gustave Eiffel. Mas será mesmo assim?
A história do Palácio de Ferro continua envolto em mistério. Os historiadores dizem que terá chegado ao porto de Luanda em 1890, quando o navio que o transportava naufragou em território angolano.
Alguns registos indicam que a Companhia Comercial de Angola, a maior empresa em África na altura, adquiriu o Palácio no final do século XIX, princípio do século XX.
Durante o período colonial, o edifício já era considerado de grande prestígio e foi usado como centro de arte. Após a independência de Angola foi classificado como património cultural.
Passados mais de cem anos de história, quatro artistas decidiram recriar e eternizar a "Memória e o Processo de Restauro do Palácio de Ferro".
Nuno Gonçalves, Vitor Gama, Cornélio Caley e Arleth Leandro, que também é a coordenadora do Palácio, inspiraram-se no arquiteto alemão Otto Greger, e suas pesquisas sobre o Palácio de Ferro, e recrearam uma exposição com conceito flutuante, onde as peças aparecem suspensas, permitindo assim apreciar a sua arquitetura, o chão e toda uma estrutura dos pilares em ferro circulante.
Devido à estrutura do Palácio de Ferro, a sua autoria esteve sempre associada ao mesmo arquiteto da Torre Eiffel, Gustave Eiffel. Surgiram agora novos dados durante a pesquisa para a preparação da exposição.
Arleth Leandro explicou ter sido encontrada uma peça de ferro original, com uma inscrição que a remete para uma fábrica na Escócia, Reino Unido. Uma descoberta que, segundo Arleth Leandro, vem trazer mais dados às investigações que têm sido feitas.
Até Fevereiro de 2021, a história do Palácio de Ferro, localizado na antiga Rua Direita de Luanda, será retratada desde a sua chegada à Luanda em 1890, até ao início do processo de revitalização, financiado pela Empresa Nacional de Diamantes de Angola ENDIAMA E.P.
A exposição vem assinalar o 40º aniversário da ENDIAMA e os 45 anos de independência de Angola.